Substituir Frank
Miller no título do Demolidor parecia uma missão impossível, especialmente
depois do impressionante arco A queda de Matt Murdock. Mas Ann Nocenti
conseguiu isso com louvor desde sua primeira colaboração no título, publicada
em Daredevil 236, com arte de Barry Windsor-Smith.
A roteirista
aproveita um gancho da fase de Miller, quando o super-soldado Bazuca pira e
quase destrói a cozinha do inferno, o que só não ocorre graças à intervenção do
Demolidor e do Capitão América.
Um outro agente
especial, Jack Hazzard, chamado de Sonho Americano, também está voltando à cozinha
do inferno, onde nasceu. E seus
empregadores temem que aconteça com ele o mesmo que aconteceu com Bazuca, então
mandam a Viúva Negra atrás dele com a missão de matá-lo. Ao adentrar o bairro, a
espiã encontra seu antigo namorado, o Demolidor, que se junta a ela.
O Sonho Americano é um super-soldado capaz de matar manipulando os batimentos cardíacos.
De fato, o
soldado está saindo do controle e com ele há um fator agravante: ele tem o
poder de provocar ataques cardíacos.
Ann Nocenti
transforma esse plot numa ode pacifista e numa crítica ao militarismo.
A roteirista faz uma abordagem pacifista.
À certa altura,
Hazzard volta para casa, onde sua mãe lhe apresenta seu sobrinho, que tem o
soldado como herói. O Sonho Americano entrega para o garoto sua arma e faz um
discurso enlouquecido, que mistura frases feitas de patriotismo com delírios. O
final, em elipse, deixa claro que tudo começará do de novo, mas agora com o
garoto.
Ao roteiro bem elaborado e fortemente crítico de Nocenti se junta o belíssimo desenho de Barry Windsor-Smith, absolutamente irretocável.
A Abril usou outra capa. |
No Brasil essa
história foi publicada em Superaventuras Marvel 70. A Abril tomou a decisão de
substituir a capa original Walter Simonson e Bill Sienkiewicz por uma ilustração
de Barry Windsor-Smith com o Demolidor e a Viúva Negra (particularmente eu
gosto mais da capa da Abril).
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