terça-feira, outubro 19, 2021

X-men 2099

 


Em 1993 a Marvel resolveu criar uma nova linha de quadrinhos, com versões futuristas de seus principais personagens. Entre os vários títulos lançados estava X-men 2099.
Na série os personagens tinham pouco a ver com os heróis originais. A única coisa que os unia era o fato de serem mutantes. Enquanto os X-men originais salvavam o mundo e combatiam supervilões, a versão futurista deles apenas queria sobreviver num mundo que caça quem era diferente.
Na história, o mundo havia visto um crescimento exponencial de mutantes, a maioria dos quais mortos em um evento chamado O grande expurgo. “Os mutantes dessa época fazem parte de uma classe oprimida, que não pode pagar para que seus filhos nasçam sem o fator X em seu DNA. Aqueles que apresentam características mutantes são tratados como párias em seu próprio meio social”, explicava o editor Tom DeFalco.
Era uma premissa interessante, que poderia render histórias realmente memoráveis e altamente críticas, mas que não passou da aventura superficial, como vimos no número 1 lançado pela editora Abril.
O roteiro era de John Francis Moore. Os desenhos ficavam a cargo de Ron Lin e Adam Kubert na arte-final.
A história acompanhava a chegada do personagem Timothy Fitzgerald no complexo nuevo sol, local que serve como refúgio de mutantes. Lá ele se depara com um show de rock e sua apoteose: a aparição do personagem Xian, o líder do local. Na sequencia Xian sofre um atentado, é salvo por Fitzgerald e depois todo o local é invadido por uma organização chamada o sindicato. Só alguns se salvam e conseguem fugir. E a trama segue esse caminho: a tentativa de encontrar um local seguro.
O visual dos personagens era totalmente baseado na "Era Image". 

Como dito, daria para aproveitar essa ambientação e esse plot que fugia dos moldes dos super-heróis para fazer algo realmente aprofundado tanto nos personagens quanto em termos sociais. A história, entretanto, não vai muito além do óbvio, embora seja divertida de se ler, ainda mais se considerarmos que essa era a época Image, em que a qualidade dos roteiros caiu vertiginosamente.
Já Ron Lin é um desenhista sem estilo cuja principal característica é mimetizar o traço de outros artistas – e aqui ele está imitando o estilo dos caras da Image, o que dá uma boa ideia do nível das ilustrações. Adam kubert parece salvar as ilustrações com sua arte-final, mas nem sempre. Na verdade, até a assinatura do Adam era melhor e mais legível que a de Ron Lim.
Talvez o que mais chame a atenção nesse gibi seja a capa, com efeito metalizado, uma novidade na época.

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