segunda-feira, janeiro 20, 2020

Bird Box - horror e poesia


O tema apocalíptico já foi amplamente explorado e é raro encontrar uma abordagem nova sobre o assunto. Bird Box, filme lançado recentemente pela Netflix, consegue isso (Apesar das semelhanças com Fim dos tempos, filme de M. Ninght Shyamallan).
Na história, a Terra é invadida por uma raça alienígena capaz de despertar o maior pavor de uma pessoa, levando-a ao suicídio. Para isso basta que esta olhe para um dos monstros. Na trama, um grupo se refugia em uma casa enquanto o caso se instala lá fora. O filme se desenvolve mostrando-os aprendendo a lidar com a nova situação (como fechar todas as janelas e sempre manter os olhos vendados quando em local aberto) e os conflitos que surgem entre eles mesmos. Para piorar, pessoas mentalmente perturbadas, ao invés de suicidarem, tornam-se agentes dos invasores, de modo que um sobrevivente pode ser, na verdade, um inimigo.
Em uma narrativa paralela, temos um flash foward, com a personagem de Sandra Bullock fugindo pelo rio com duas crianças em busca de um refúgio.
O bom encadeamento dessas duas narrativas é um dos pontos altos do filme, mantendo não só o suspense, mas colaborando para desenvolver os personagens.
Um outro fator que contribuiu para manter a atenção do expectador é uma dúvida: quem são as duas crianças, chamados de menino e menina e qual a relação deles com a protagonista?
Destaque para a direção segura da dinamarquesa Susanne Bier, não só por manter o suspense durante toda a narrativa, como pela habilidade de ser poética nos momentos adequados. Uma poesia, aliás, que já está expressa no título do filme, Bird Box (caixa de pássaros). 

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