
A empolgante saga de Roger Mandari continua. Chegou o momento de o Mascarado Voador encarar seu primeiro supervilão: Chino, O Executor. De quebra, a primeira aparição do Encapuzado, o chefão do submundo (o cara que tentou matar o pai do herói no primeiro número). E ainda ficamos com a pergunta que não quer calar “Qual é a de Laura Lopez?” – aquela gata do Colégio Central.
Mas as estreias não param por aí. Zan-Garr, um príncipe cigano que percorreu as terras da Ásia e da Europa em meados do primeiro século da Era Cristã, surge para defender um homem inocente da fúria e crueldade dos soldados romanos. Arte do jovem prodígio Fábio Cerqueira (guarde este nome, pois ele ainda será muito reverenciado no fandom).
Já O Patrulheiro Audacioso é outra série criada por Guedes que pinta em ritmo acelerado, protagonizada por um sujeito que parece fazer mágica com sua moto, combatendo toda e qualquer espécie de marginais pelas estradas do interior do país. Lápis do sensacional Aluísio de Souza (o mesmo desenhista de Meteoro) e arte-final do competentíssimo André Valle – que, por sua vez, também é o roteirista do conto de horror “O Último Vampiro”, desenhado pelo professor de Arte Leopoldo Alves.
Mas o Almanaque Meteoro 2 não tem só Quadrinhos. O especialista em Disney Cesar Brito, o trekker Sandro José dos Santos e Gérson “Homem-Mofo” Fasano trazem curiosidades interessantíssimas sobre os gibis Pato Donald, Jornada Nas Estrelas e Dico, O Artilheiro; enquanto que o cartunista Bira Dantas vem com uma divertida pin-up colorida.
Por fim, uma reportagem especial de nada menos do que 13 páginas assinada por Guedes, mapeia a trajetória das Histórias em Quadrinhos no Brasil, desde Angelo Agostini, passando pela fase dos Suplementos, do nascimento de editoras como EBAL, Abril e RGE e dos gibis da Edrel, Vecchi e Grafipar, até chegar aos dias atuais.
A belíssima arte da capa é uma produção do Mestre da HQB Sebastião Seabra, com cores de Zé Borba. Assim como ocorreu com a primeira edição, Almanaque Meteoro 2 possui uma tiragem limitada. Para adquirir seu exemplar, basta entrar em contato com Roberto Guedes por intermédio de seu blog (http://guedes-manifesto.blogspot.com/) ou diretamente pelo e-mail guedesbook@gmail.com. O preço é o mesmo para qualquer parte do Brasil, com frete já incluso.
Almanaque Meteoro 2
Guedes Manifesto Produções Editorais
Editor: Roberto Guedes
Formato italiano – 16 x 23 cm
52 páginas
Capa colorida, papel cartão supremo 250g (Arte: Seabra – Cores: Zé Borba)
Miolo P/B, papel offset 90g
R$ 5,00
Há muito tempo sou fã do editor e pesquisador Roberto Guedes, e por isso, foi com entusiasmo redobrado que adquiri os dois exemplares de uma tacada só do Almanaque Meteoro, para conhecer finalmente o tão falado personagem. E fiquei estarrecido! Não por sua facilidade na escrita, que o autor domina com maestria impressionante, mas sim, com as mensagens de apelo ocultistas nas hqs, de fazer o Alan Moore corar de vergonha. Fiquei bem incomodado, pra não dizer assustado. Aonde ele quer chegar? Seu símbolo peitoral, pra começar não é um meteorito, mas sim um endecagrama, estrela de 11 pontas, um dos simbolismos mais obscuros da magia milenar, que representa a ascenção e maestria (do protagonista?) sobre a raça humana. Não é por acaso que ele passa a história toda se intitulando "o cara". Seus poderes são dados por um ex-membro de uma sociedade secreta chamada "Sinarquia Universal", que recita "Simpathy for the Devil" dos Rolling Stones, a passagem do livro de Jó com o diálogo entre Lúcifer e Deus "rodeamos e passeamos pela Terra há muito tempo!".
ResponderEliminarA tal Sinarquia (palavra pouco conhecida de leigos) liberou, por sua vez, um Anticristo no mundo, um tal "Grande Maligno". Ocorre uma explosão no espaço sideral, aparentemente um meteorito, e uma onomatopéia peculiar toma conta do quadro: "SHEKINAH", palavra hebraica que significa "Presença Radiante de Deus". Não se trata em absoluto de mera coincidência, pois Guedes é inteligente, e não colocaria onomatopéia no referido quadro à toa, já que no espaço não se propaga o som.
O autor esconde o jogo por trás de um enredo juvenil, com vilões mangás, e coadjuvantes saídos do seriado Malhação, mas o próprio título da hq de origem entrega o ouro: "aquele que está nos ares", aquele QUEM? O diabo?
Tenho todas as versões do Meteoro, e com certeza a nova, publicada no ALMANAQUE METEORO se trata da melhor. A original de 92, publicada na revista Meteoro Comics é legal,mas não chega aos pés da nova versão! O texto do Guedes tá ágil, moderno e muito inteligente; repleto de referências pop e mensagens "subliminares". O fantasma encapotado que o intercepta na rua parafraseia Mick Jagger e até o livro de Jó, conforme disse o colega aí de cima, quando diz que ele vem de "rodear e passear pela Terra" há muito tempo, o que me faz concluir que não é ele quem dá os poderes pra Roger Mandari, e sim o próprio Deus - haja vista que a palavra "Shekinah" que aparece no espaço como se fosse uma onomatopéia do estripitar do meteoro e que atinge Roger siginifica "a presença de Deus", assim, se o encapotado cita o diabo (no livro de Jó), não pode ter sido ele a dar o poder pro mocinho. Que coisa genial! Ele, o Guedes deixa um gancho na própria origem do herói para futura conferência. Mal posso esperar pela sequencia dos acontecimentos.
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