Robert Bloch, autor do livro que daria origem ao filme
Psicose, escreveu três roteiros para Jornada nas estrelas. Depois do fraco dia
das bruxas, ele finalmente acertou com Um lobo entre cordeiros, episódio da
segunda temporada.
Na trama, Kirk, Scott e MaCoy estão no agradável planeta
Argelius II, um local habitado por pessoas pacíficas cujo único objetivo na
vida parece ser o prazer. A folga faz parte do processo de recuperação de
Scott, que sofreu um golpe na cabeça durante seu serviço na Enterprise.
No café onde estão apresenta-se uma bailarina de dança do
ventre (em uma longa e belíssimas sequência inicial) e o engenheiro-chefe da
Entreprise fica apaixonado por ela, convidando-a para um passeio pelas ruas
enevoadas. Mas a garota é morta e Scott é o principal suspeito. Ele não se
lembra de nada e uma tripulante da nave desce com um tricorder para ler a mente
de Scott, mas também é morta quando está sozinha com ele num cômodo da casa do
prefeito. A esposa do prefeito é especialista em uma técnica chamada “contato
Empático Argeliano” e também é morta quando tenta usar a técnica no engenheiro
– em uma ótima sequência em que estão várias pessoas em círculo, as luzes
apagam e quando acendem, Scott está ao lado da moça, as mãos sujas de sangue.
Esse episódio é uma trama policial que vai do noir à Agatha
Christie e, ao mesmo tempo, leva o gênero para a ficção científico e até para a
fantasia, quando surge a suspeita de que os crimes poderiam estar de alguma
forma relacionados aos assassinatos cometidos por Jack, o estripador. E faz
isso muito bem, mantendo o expectador no suspense sobre a culpa de Scott. Além
disso, o episódio consegue incluir deliciosas cenas de humor que fazem todo o
sentido dentro da trama.
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