A entrada de
John Byrne no título do Super-homem e sua consequente reformulação marcou o fim
definitivo de qualquer vestígio que o personagem pudesse ter da era de prata.
Entretanto, Byrne foi responsável por uma série que ecoa (talvez como
homenagem) diretamente a era de prata. Chamada World of Metropolis (O mundo de
Metrópolis), ela tirava o foco das grandes tramas e dos super-vilões para o
mundo dos personagens secundários da série. Cada número era focada em um desses
personagens (curiosamente, Clark Kent era um desses, o que mostrava bem a ideia
que Byrne tinha sobre o título): o primeiro em Perry White, o segundo em Lois
Lane, o terceiro em Clark Kent e o último em Jimmy Olsen.
O traço de Mortimer deu um ar saudosista à série.
Embora o roteiro e as capas fosse de Byrne, a arte ficou por conta de Win Mortimer, um desenhista canadense, veterano da DC, o que dava à série um visual retrô.
Há uma
estrutura fixa nas histórias: elas sempre começam no presente, e depois há
vários flash backs contando alguma história sobre o personagem. Perry White,
por exemplo, disputava a esposa com Lex Luthor, o que mostra a razão pela os
dois se odeiam tanto. Lois Lane estrela uma história na qual é mostrado como
ela, com apenas 15 anos, conseguiu um furo de reportagem e assim foi contratada
pelo Planeta Diário. A história de Jimmy Olsen mostra como ele inventou o
relógio com o qual chama o Super-homem.
Uma das
histórias mais interessantes – e que mais reverberam a era de prata, é “Um
estranho na cidade”, focado em Clark Kent.
Na história
é mostrado como Kent chegou em Metrópolis, como se tornou repórter e a relação
que teve com uma relação com uma garota, Ruby.
Ainda um
novato na cidade grande, o jornalista não usava um uniforme quando agia como
herói (uma estratégia usada por Byrne para diferenciar Kent do Super que
conhecemos).
Assim, ainda
novato, ele se depara com um grupo de malfeitores com armamento pesado atirando
contra a polícia. A sequência, hilária, é típica da era de prata: os
terroristas usam uma arma para atirar uma bomba na polícia, mas Kent, usando
super-velocidade, apodera-se da bomba. Eles tentam de novo, e de novo a bomba
parece desaparecer. Quando eles começam a atirar com uma metralhadora, a visão
de calor faz com que as balas evaporem.
Essa série
mostra bem que, embora John Byrne tenha contribuído para colocar um ponto final
na era de prata da DC, ele no fundo era um fã dessa fase.
No Brasil essas histórias foram publicadas
pela Abril em Super-homem especial 2.
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