Robocop e O Exterminador do futuro são duas das franquias
mais populares dos anos 90 e ambas são histórias centradas em robôs. Não é de
espantar, portanto, que alguém resolvesse uni-las em uma só história. Foi o que
o a editora Dark Horse fez em 1992.
A equipe escolhida não poderia ser melhor: para escrever foi
chamado Frank Miller, que já tinha escrito roteiros para um filme do Robocop, e
para desenhar, o grande Walter Simonson, famoso por sua passagem à frente do
personagem Thor.
Na trama, uma garota chamada Flo descobre que as máquinas
ganharam consciência quando a mente do Robocop foi conectada à Skynet, o que as
levou a dominar o planeta. Assim, ela decide voltar ao passado para matar o
policial robótico e assim mudar o futuro.
O desenho é o grande destaque da série.
O resultado é uma trama em que reviravoltas e mais
reviravoltas quase se atropelam, com voltas e mais voltas ao passado e mudanças
e mais mudanças no futuro.
Frank Miller consegue construir um roteiro divertido e
envolvente, repletas de situações inusitadas, como uma versão futurista do
Robocop capaz de voar.
Não é nem de longe uma obra densa que explore a questão das
viagens no tempo do ponto de vista científico ou filosófico. Elas são usadas
apenas para criar situações de impacto, mas, como dito anteriormente, o
resultado é divertido de se ler com sequências que incluem até mesmo humor e
crítica.
Exemplo disso é a cena em que o Robocop vai visitar Flo no
hospital e entra com uma arma. O policial que o recebe na frente do hospital
comenta: “Ei, mas que arma enorme!”. Já dentro do hospital, os comentários se
sucedem: “Olha esse berro! Que metranca!”; “É grande mesmo!”; “Uau, que arma
grande, Robocop”.
Além da óbvia alusão sexual, a sequência parece uma crítica à
mania, bem anos 90, de colocar heróis com armas desproporcionalmente grandes.
Mas, se Miller faz um roteiro divertido, quem brilha mesmo é
Walter Simonson, com sequências belíssimas e empolgantes.
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