Giotto foi, provavelmente, a primeira pessoa a ser
considerada um artista na Idade Média. Até então, todos os pintores e
escultores eram considerados apenas como artesãos, tanto que normalmente não
assinavam seus trabalhos, de modo que seus nomes não sobreviveram.
Filho de um pobre pastor, ele foi descoberto por um pintor
chamado Cimabue enquanto rabiscava ovelhas em uma rocha. Cimabue percebeu
imediatamente o talento do garoto e pediu ao pai para levá-lo consigo, como
aprendiz. Enquanto estava na oficina do mestre, ele teria pintado uma mosca tão
realista num quadro que o mestre tentou afungentá-la várias vezes até perceber
que se tratava de uma pintura.
Giotto foi o primeiro a romper com a tradição bizantina e românica da arte, com figuras planas, estáticas e sem personalidade, todas alinhadas, olhando para o expectador. As figuras de seus quadros pareciam pessoas reais, cada uma delas com uma expressão facial e corporal distinta. Também chama atenção a forma como ele dava volume às figuras, numa ilusão de tridimensionalidade que iria influenciar diretamente os pintores renascentistas.
Eu tive a oportunidade única de apreciar um quadro desse
mestre ao visitar o Museu do Louvre.
O quadro A crucifixação mostra o momento em que Jesus está
sendo crucificado no meio de dois ladrões. Embora, evidentemente, o personagem
principal seja Jesus, o que chama atenção é a multidão de pessoas embaixo das
cruzes, cada uma com características próprias.
Um detalhe que interesante diz respeito às roupas. Os soldados
romanos, por exemplo, são retratados como guerreiros da Idade Média, inclusive
com malha de cota.
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