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segunda-feira, março 17, 2025

Buddy longway – Chinook

 


As histórias de faroeste normalmente são centradas em um protagonista solteiro quase infalível por sua mira e suas habilidades físicas e intelectuais. A série buddy longway, criada pelo suíço Derib, diferencia-se muito desse modelo. 

Para começar, o personagem é casado e tanto ele quanto a esposa e os filhos parecem ter muita importância nas tramas a ponto do título da série não fazer muito sentido, já que toda a família parece ser protagonista. Segundo, Buddy é um homem comum, sem grandes habilidades. Aliás, a ideia do suíço Deribe era justamente fugir do modelo dos heróis invencíveis, como Lucky Luke, Blueberry ou Jerry spring (para ficar apenas nos quadrinhos franco belgas). 

Buddy salva uma indígena. 


O primeiro álbum, Chinook, acompanhamos o caçador e sua viagem para um forte onde irá vender peles de animais. Mas ao chegar ao local se depara com dois homens perseguindo uma mulher indígena. Indignado, Buddy consegue fugir com ela para descobrir que a mulher tinha sido sequestrada da tribo Sioux e levada como escrava. Ele promete levá-la de volta à sua tribo. Mas essa jornada é interrompida por dois revezes.

No primeiro deles, os dois captores conseguem interceptar o casal. Aliás, é nessa sequência que percebemos como Buddy é um herói realista. A maioria dos cowboys dos quadrinhos, mesmo estando em inferioridade numérica conseguiria facilmente vencer os opositores. Buddy leva uma surra. 

Buddy não é um herói invencível. 


O segundo contratempo é uma tribo rival dos Sioux, que aprisiona os dois. 

Eles conseguem vencer as adversidades e chegar ao seu local de destino, mas essa jornada faz Buddy perceber que ama Chinook, de modo que os dois acabam juntos.

Derib não elabora tramas complexas ou sequência lá de tirar o fôlego, como Charlier em Blueberry, ou desenhos super elaborados, como de Giraud no mesmo Blueberry, mas constrói uma narrativa deliciosa, envolvente. A indígena Chinook ganha protagonismo desde o início e o leitor logo percebe que ela não é apenas uma mulher a ser salva pelo herói. Buddy também se mostra carismático em sua visão simples e humilde. Nas sequências entre os indígenas, por exemplo ele não é alguém que ensina, mas principalmente alguém que aprende. 

O casal se apaixona. 


Ao ler percebemos que esse é um faroeste para os anos 70. 

Esse álbum foi lançado em Portugal pela Bertrand e chegou a várias livrarias do Brasil. Atualmente deve estar disponível apenas em sebos. É uma pena que com esse revival de material europeu ninguém tenha pensado em lançar esses álbuns no Brasil.

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