No número 8 da série
Camelot 3000 o grupo é traído, colocando fora de ação o feiticeiro Merlin, o
que os deixa sem a proteção mística.
Mike W. Barr constrói
muito bem o roteiro, usando a estratégia de levar o leitor a pensar que algo
aconteceu de uma maneira, quando na verdade, aconteceu de outro jeito.
Nos números anteriores,
Morgana já havia aparecido para Tristão com a promessa de transformá-la e um
homem caso ela traísse os companheiros. Essa edição inclusive começa com esse
acordo, selado pela entrega de uma gargantilha com o símbolo masculino.
De fato, sob a
orientação de Morgana, alguém entra no quarto de Merlin e destrói um amuleto.
Ato contínuo, uma mulher misteriosa chamada Nyeve sequestra Merlin e o leva
para um destino desconhecido.
Merlim é aprisionado. Quem é o traidor?
Ao entrar no quarto do
feiticeiro, Arthur encontra Tristão, agachado ao lado do amuleto quebrado. Barr
constrói a narrativa de modo a fazer o leitor acreditar que Tristão é o
traidor, mas quando ele segura Excalibur e jura que não é o traidor, a espada
não o mata, provando sua inocência.
Essa estratégia de
roteiro tem sido chamada de trapaça Kansas City (ela é citada com esse nome no
filme Xeque Mate). A trapaça, que resume a tática usada pelos mágicos, consiste
em fazer a plateia olhar para um lado quando o que é realmente importante está
acontecendo em outro lugar.
Tom se sacrifica para salvar o Rei Arthur.
Assim, todas as pistas a
respeito de Tristão têm como objetivo esconder do leitor o verdadeiro traidor,
que é descoberto logo depois.
Em paralelo a isso,
Morgana e o diretor de segurança da ONU aproveitam a ausência de Merlim para
efetuar um ataque contra Nova Camelot. Um ataque no qual Arthur quase é morto,
sendo salvo pelo seu traidor e por Tom, que sobrevive, mas em estado grave. Esse
é o gancho para que os cavaleiros decidam procurar pelo santo Graal, o cálice
capaz de curar qualquer ferida ou doença.
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