Embora fosse uma série que tinha um pé na ficção científica hard, Perry Rhodan às vezes forçava a mão nos fatos inacreditáveis. Exemplo disso é o número 216, A partida dos oldtimers.
Na
história, os terranos estão presos no planeta Horror, sob o efeito de um
aparelho que os miniaturizou assim como a nave que foi ao seu auxílio. Uma nova
nave terrana está chegando e precisa ser avisada do perigo, mas como, se o
aparelho de comunicação da Crest também foi miniaturizado e não tem potência
para tal? A solução encontra é resgatar uma nave deixada no interior do
planeta. O problema é que a nave tem dez metros de comprimento e os personagens
têm 2 milímeros. Mesmo com todas as explicações sobre talhadeiras e roldanas, é
difícil engolir a história. Seria como micróbios pilotando uma nave espacial.
O
volume é escrito por William Voltz, o melhor escritor da série e ele faz de
tudo para tornar esse livro interessante. Inventa, por exemplo, que uma das
naves está sendo disputada por soldados e uma fera de vários braços – o que nos
traz os melhores momentos da história e permite a Voltz exercitar sua versão
humanista da ficção científica.
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A capa original alemã. |
Depois,
quando soldados tentam destruir a nave terrana, o livro volta a se tornar
interessante.
O
problema é que a trama básica desse livro era pouco verossímil e, além disso, a
história já girava há tanto tempo ao redor de Horror, que o leitor não
aguentava mais. Pelo menos eu, quando lia, pensava: “Caramba, eles nunca vão
sair desse planeta?”. O fato dos terranos terem sido miniaturizados por uma
atitude burra e impensada de Rhodan, fazendo algo que parece contra o que
conhecemos do personagem, também não ajuda.
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