Ernest Ellert era um mutante que tinha a capacidade de viajar, em espírito, através do tempo. Logo nas primeiras edições da série, ele se separou em definitivo do seu corpo e parecia ter desaparecido. No segundo ciclo descobriu-se que sua habilidade de viajar no tempo o levou para a dimensão dos druufs, onde ele se alojou no corpo de um cientista.
A partir dessa descoberta, ficou óbvio que, em algum momento, o mutante retornaria ao seu corpo e isso aconteceu no número 91 da série.
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A capa original alemã: o capista não conseguia acertar o visual dos druufs. |
Na trama, o corpo começa a entrar em decomposição. Para tornar a situação ainda mais crítica, Onot, o cientista hospedeiro de Ellert, foi preso por traição e poderá ser morto ou poderá revelar a ação dos terranos. Assim, torna-se urgente transportar o mutante para seu corpo original – e isso só pode ser feito levando o corpo para a dimensão dos druufs.
Escrito pelo humanista Clark Darlton, esse livro mostra os druufs de perto, em especial o principal cientista da espécie – e descobrimos que os seres quadráticos são tão humanos quanto nós. Onot chega a dizer que abomina a violência. Darlton, que já quebrara com o paradigma de que alienígena não humanoide é alienígena mal ao criar Gucky, aqui mostra que mesmo o inimigo pode ter integridade.
O seguinte trecho demonstra esse ponto de vista: “As vidas que colocara em perigo não era vidas humanas, mas sempre eram vidas. Toda e qualquer forma de vida tinha direito à existência e não devia ser destruída. Nem mesmo a do inimigo, caso isso pudesse ser evitado”.
O livro também chama atenção por antecipar as câmeras corporais de policiais, que permitia a uma central de controle rastrear tudo que um policial visse. Considerando que em volumes anteriores nenhum dos escritores ter contado com a possiblidade de câmeras de segurança, Darlton parecia muito à frente de seu tempo e até de seus colegas.
Um detalhe curioso sobre as capas desse livro: o capista norte-americano Gray Morrow preferiu fazer uma capa genérica de ficção científica (muito bonita, por sinal). Já o capista alemão, Johnny Buck, embora tenha feito uma cena do livro, não chegou nem perto de acertar a aparência dos druufs, fazendo uma imagem completamente diferente daquela descrita nos livros.
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