mesmo já o fiz em minha dissertação de mestrado).
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terça-feira, agosto 05, 2025
Entropia e a morte do universo
mesmo já o fiz em minha dissertação de mestrado).
Histeria - a história do vibrador
Histeria, uma história do vibrador, embora não seja uma obra-prima, certamente vai agradar quem gosta de uma boa comédia e, principalmente, por quem se interessa pela história da ciência.
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Anúncio antigo de vibrador. Os médicos recomendavam. |
Quarteto Fantástico - O despertar da Mulher Invisível
Thor – Contos de Asgard
A divulgação científica nos quadrinhos
Mano Juan, de Marcos Rey
"Como era sexta-feira da Paixão parte da população da cidade batia asas. São Paulo, parcialmente deserta, transformava-se numa amplo parque ideal ao adestramento de motoristas de carta nova. (...) O número de mulheres e crianças, superior ao de homens, contribuía para intensificar a irritante sonorização do ambiente, apenas dominada pela voz de uma locutora que anunciava a partida dos ônibus numa robotizada emissão vocal (...) O tumulto maior e mais angustiante concentrava-se nas escadas, a de degraus e a rolante, onde acontecia um massacre de proporções razoáveis. Inúmeros balcões e guichês de transportadoras informavam por escrito: 'Não há mais passagens' (...) Uma mulher grávida, segurando uma criança em cada mão, parecia ter perdido o marido e chorava, um grupo de cabeludos ameaçava destruir um dos balcões de passagens, um estrangeirão, loiro, tentava fazer-se entender".
Piada Mortal: a HQ que revolucionou o Coringa
Guerras Secretas – Prisioneiros de guerra
O segundo número de Guerras Secretas já começava com um ataque dos vilões aos heróis. O roteirista Jim Shooter nitidamente queria colocar o máximo de ação em cada número.
Enquanto isso, Doutor Destino, em uma trama paralela,
reprogramava Ultron, que no número anterior tinha tentando matar todos os
vilões e tinha sido colocado fora de ação por Galactus. A partir desse número,
Ultron se transformará em uma espécie de guarda-costas do vilão.
Os vilões estão ganhando a batalha...
Embora estivesse muito preocupado em mostrar ação, Shooter
não parecia muito preocupado em deixar essa ação clara. Do nada os heróis
vencem e fazem vários vilões de prisioneiros – e nem sequer sabemos ao certo
quem são esses vilões.
Ao mesmo tempo, Magneto invade o QG dos heróis e os vilões
entram em conflito entre si.
Era tanta porrada ao mesmo tempo que ficava difícil até
acompanhar o que estava acontecendo. Assim, a trama, simplória, tornava-se
complicada.
segunda-feira, agosto 04, 2025
Ivanhoé, de Walter Scott
A obra se passa na Inglaterra da Idade Média. Nesse período, a ilha tinha sido invadida pelos normandos (vindos do norte da Europa e falando a língua francesa), que exerciam sua opressão e desprezo pelos habitantes locais, os saxões.
"O chão era composto de terra batida misturada com cal, que se transformava numa substância consistente, como a que é muitas vezes empregada em nossos celeiros modernos".
Igualmente irritante são as digressões que muitas vezes paralisam a narração comprometendo o ritmo do livro ou frases desnecessárias, como: "No capítulo seguinte, vamos procurar descrever a cena que lhe surgiu diante dos olhos".
Esses "defeitos", que mais se devem à época em que foram escritos acabam sendo suplantados pelas qualidades do livro.
O personagem Wamba, por exemplo, um bobo da corte de Cedric, é um proto-Tyrion. Sua atuação na trama é fundamental em vários momentos e suas tiradas são praticamente equivalentes ao do anão Lannister (a ponto de se imaginar que o bobo tenha sido a principal influencia para a criação do famoso personagem de George Martin). Por exemplo, quando viaja sozinho com o rei Ricardo pela floresta e pressente que serão atacados por inimigos e que o rei não fará uso de uma trompa que poderá chamar amigos para auxiliar na luta, diz: "Quando a coragem e a loucura viajam juntas, a loucura deve encarregar-se da trompa, pois sabe tocá-la melhor".
Outro aspecto interessante da trama é a forma como são retratados os judeus, especialmente se considerarmos que o livro foi publicado em 1820, época em que esse povo era vítima de grande preconceito. Há quem pense que a perseguição aos judeus foi invenção dos nazistas. Nada mais falso. O povo judaico era perseguido por razões religiosas desde a Idade Média e Ivanhoé tem o grande mérito de mostrar essa perseguição, retratando os judeus de maneira positiva:
"Não havia raça alguma na terra, no mar ou nas águas, que fosse objeto, por parte de todos, de tão interrupta e constante perseguição, como os judeus eram nessa mesma época. Sob os mais ligeiros e irrazóaveis pretextos, bem como ante as acusações mais absurdas e infundadas, as suas pessoas e propriedades eram expostas a todos os caprichos da fúria popular, pois os normandos, saxônicos, bretões e dinamarqueses, por mais adversas que essas raças fossem entre si, disputavam a primazia da ferocidade para com esse povo, que eles supunham, baseando-se em suas próprias religiões, dever odiar, insultar, desprezar, saquear e perseguir".
E essa condição permaneceu por séculos, só sendo encerrada pela divulgação dos horrores dos campos de concentração nazistas. Só para termos de comparação, outro clássico romântico, Taras Bulba, do grande escritor russo Nicolai Gógol mostra com simpatia a perseguição que soldados cossacos realizavam contra os judeus, chegando até mesmo ao ponto de matá-los por pura diversão. Assim, é surpreendente que um livro escrito em 1820 mostre com tanta benesse esse povo, a ponto de colocar uma judia, Rebeca, como protagonista romântica, de caráter extremamente correto, capaz de abdicar de uma paixão por puro amor.Num romance recheado de personagens famosos, como Ricardo Coração de Leão, o princípe usurpador João, Robin Hood e outros, são justamente os que seriam os secundários, como a judia e seu pai, um bobo e um guardador de porcos que acabam se destacando, demonstração mais do que inequívoca de que Walter Scott estava muito além de seu tempo.
Nova coletânea acadêmica reúne estudos sobre HQs e cultura pop
O livro "Quadrinhos e cultura pop - volume 2" já pode ser acessado no site da editora da Unifap. A obra é uma coletânea de artigos inicialmente apresentados no congresso internacional de cultura pop da Amazônia, o V Aspas Norte, que aconteceu em abril deste ano, e foi organizada pelos professores Rafael Senra e Ivan Carlo Andrade de Oliveira, também conhecido como Gian Danton.
O livro reúne nove artigos escritos por diversos autores que participaram do congresso, como: Daniel Braz dos Santos e Lucilene Canilha Ribeiro (UFRG); Milena Fernandes de Sousa (UNIFESP); Jade dos Santos Pedroza (UNIFESP); Alberto Ricardo Pessoa (UFPB/UFPE); Gabriel Magalhães Siston (IFES); Maria da Conceição Marques do Nascimento Souta (SEDUC-MA); Iuri Biagioni Rodrigues (EST); Luhana Baddini Lucas Costa (UNIFAP) e Ivan Carlo Andrade de Oliveira, doutor em Arte e Cultura Visual pela UFG, professor universitário e um dos organizadores da obra.
A obra apresenta uma seleção de textos que exploram uma variedade de temas ligados ao universo dos quadrinhos e da cultura pop. Entre os destaques, estão reflexões sobre a produção de quadrinhos poéticos no Brasil, a presença de símbolos religiosos nas histórias de super-heróis, o protagonismo de mulheres que abriram caminho no cinema e a força crítica das charges. Outros temas igualmente instigantes também compõem a coletânea.
Sobre os Organizadores
Rafael, é um artista que atua em diversas áreas: escreve livros, compõe músicas e cria histórias em quadrinhos. Já lançou discos tanto em carreira solo quanto usando o nome artístico Alfa Serenar. Hoje, é professor adjunto no Departamento de Letras da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Ivan Carlo, que assina seus roteiros de quadrinhos como Gian Danton desde os anos 80, também é professor adjunto na Unifap. Ele é autor de diversos livros sobre comunicação e roteirização de HQs, além de coordenar o grupo de pesquisa Cultura Pop.
Fonte: O Zezeu
Conan – A jóia de Kara Sher
Na edição de Conan the barbarian 35, o cimério está no deserto com um amigo (carinhosamente chamado de “cara de macaco”) quando encontram um homem em farrapos sendo atacado por um bando de beduínos.
Qualquer pessoa sensata se afastaria dali o mais rápido possível, mas Conan nunca foi uma pessoa sensata e resolve salvar o homem. Antes de morrer, o pobre coitado murmura: “Você tentou me salvar! Eu agradeço, mas é tarde demais... no momento em que contemplei o olho azul de Kara Sher”.
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A belíssima página dupla antecipa os perígos da cidade perdida. |
O tal olho azul é uma pedra muito valiosa e famosa no deserto. A fala do homem desperta a cobiça do cara de macaco e o cimério resolve acompanhá-lo.
O leitor esperto percebe logo que essa é mais uma trama de tesouros amaldiçoados. Pelo jeito havia muitos eles na era hiboriana.
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A história gira em torno de uma jóia amaldiçoada. |
A pista sobre isso é dada logo na belíssima página dupla produzida por John Buscema e Ernie Chan na qual os dois personagems encontram a cidade perdida. O texto de Roy Thomas diz: “Sob a fraca iluminação da lua, erguem-se as ruínas de uma gigantesca e portentosa construção, corroída pelo tempo e parcialmente coberta pelas areias do deserto! Súbito, um pensamento ameaçador surge na mente de Conan... Kara Sher significa CIDADE DOS MORTOS!”.
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Texto e desenho criam todo um clima de mistério em torno da ameaça. |
Embora seja uma trama manjada, A jóia de Kara sher consegue ser uma grande história graças principalmente, à excelência do trio criativo. A ameaça é apenas um morcego gigante, mas tanto o texto quanto o desenho criam um clima de mistério e terror em cima disso, de tal forma que o leitor sente que está de fato diante de um demônio.
Essa história foi publicada no Brasil em Heróis da TV 54. Aliás, a capa da Abril é melhor que a capa original.