Nunca existiu jornalismo imparcial ou isento. A parcialidade
dos jornais se mostrava no ângulo ou aspecto específico dentro de um mesmo
fato.
Um exemplo. Um politico comparece a uma inauguração. Ele
anda altivo até o palanque, tropeça e cai, depois se levanta, faz o discurso e
vai embora. O Jornal A publica como imagem da matéria o político caminhando altivo.
O jornal B publica como ilustração da matéria o político caindo. Nenhuma das
duas imagens é imparcial e cada uma revela uma escolha do que destacar no fato.
Mas ambas representam aspectos do que aconteceu. Os fatos estavam ali.
Mas, ultimamente, um novo tipo de “jornalismo” tem surgido.
Nesse tipo de jornalismo, a notícia é criada do nada, sem nenhuma amparo em
fatos. Sobre o fato acima, por exemplo, o jornal C poderia publicar uma foto do
político tocando sanfona no palanque, ou seja, algo totalmente forjado.
Existe uma piada, contada em cursos de comunicação, para
exemplificar essa escolha a escolha do ponto de vista como forma de
parcialidade. O fato era uma corrida entre um carro americano e um russo. O
americano vencera a competição, mas a manchete do jornal russo era: “Carro
russo chega em segundo, carro americano chega em penúltimo”. A piada pretendia
demonstrar a manipulação da notícia. Mas hoje em dia surgiu um tipo de
jornalismo em que a manchete seria: “Carro brasileiro chega em primeiro e vence
carro russo e americano”.
O jornalismo bolsonarista tem se destacado nessa terceira
vertente aproveitando o fato que nas redes sociais, notícias falsas têm 70% mais
chances de serem compartilhadas. Fatos, pesquisas, tudo pode ser livremente
inventado. Um exemplo: Uma notícia dizia que uma análise microscópica das
vacinas contra covid tinha revelado imagens do que pareciam pequenos
submarinos. Fonte: a imaginação do jornalista.
Outra dizia que álcool não servia para matar o coronavírus,
e sim o vinagre. Pura invenção. Notícia tirada do nada.
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