As histórias de conan eram
tão diferentes dos heróis de fantasia que criaram um gênero próprio. Ao
contrário da visão idealizada da Idade Média, com heróis impolutos e vilões
demoníacos, nas histórias do Cimério a fronteira entre o bem o mal era muito
mais nebulosa. E os personagens pareciam muito mais preocupados com eles mesmos
do que com códigos de honra.
A história Os devoradores
da Lua de Darfar, publicada em Conan the barbarian 108, com roteiro de Roy
Thomas e desenhos de John Buscema e Ernie Chan, exemplifica bem isso.
Na história anterior,
Conan havia salvo uma escrava da rainha de Kush e fugira com ela para o
deserto.
Enquanto acampam no
deserto, Diana conta sua história. Era era filha de um rico mercador. Quando o
barco foi tomado por piratas, o pai foi morto e a garota loira tomada como
escrava – indo parar como espiã involuntária na corte da rainha de Kush.
Conan diz que irá levá-la
para a Estígia, onde ela poderá voltar para casa, como Lívia, uma outra moça
que o cimério havia salvado. “E a tola deixou você? Ela deveria estar louca. Eu
serei sua para sempre... até que a morte nos separe”, responde a garota.
Logo depois ambos são
atacados por canibais se abrigam numa caravana. Os canibais exigem a garota
para um ritual. Com a recusa de Conan em entregá-la, eles exigem dois homens – Conan e um aprendiz de mago que acompanha o
cortejo.
... mas a dupla é atacada por canibais.
Claro que no final, Conan
se livrará do destino fatal e voltará para a caravana a fim de libertar a
garota, que ele acredita ter sido escravizada. Mas na verdade, ela se encantara
com a riqueza do mercador e resolvera se casar com ele.
A história, embora seja
uma criação original de Roy Thomas, resume a filosofia do criador de conan, Robert
E. Howard, segundo o qual os bárbaros têm muito mais honra e virtude que os
civilizados. Enquanto Conan, um bárbaro e ladrão, passa a história inteira
preocupado com a moça, ela na verdade tinha preocupações muito mais mundanas.
Também é uma reflexão sobre como promessas do tipo “para sempre” podem ser
efêmeras.
Esse era o tipo de
história que tornava Conan único.
No Brasil essa história
foi publicada pela editora Abril em Conan, o bárbaro 3.
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