Por suas características, a ficção científica é um gênero perfeito para metáforas sociais. Um ótimo exemplo disso é o episódio a última batalha, da terceira temporada da série clássica de jornadas.
Na trama, a Enterprise está em indo na
direção de um planeta assolado por uma pandemia. Sua missão é inocular na
atmosfera do mesmo um remédio para a doença. Mas, no meio do caminho encontram
com uma nave da federação que tinha sido roubada.
Seu ocupante é um homem bicolor, metade do
corpo branca e metade preta. Pouco depois, teleporta-se para a nave um outro
ser bicolor que diz ser um policial à procura de um bandido.
O detalhe é que as cores são invertidas: o
lado que é branco em um é preto no outro. Isso gerou uma guerra entre as duas
espécies, chegando ao ponto de uma ver a outra como inferior.
Confesso que minha reação original a esse
episódio foi de desagrado. Afinal, para os padrões de hoje, o único efeito
especial do episódio, a maquiagem dos personagens, parece tosca. Mas o roteiro
acabou me prendendo.
A situação permite relacionarmos a situação
com as mais variados episódios da história humana: da escravidão,que tinha como
base a cor da pele dos escravizados, vistos como inferiores, até os conflitos
que surgem simplesmente porque uma pessoa, ou um grupo social, é diferente do
outro.
Envolvidos em vórtice seu conflito de
milhares de anos, os dois personagens não conseguem perceber a semelhança entre
eles, algo que para Kirk e Spock parece óbvio.
No final, fica claro como essa visão
superficial e preconceituosa pode levar uma raça à extinção.
Mais do que uma boa história, o episódio é um
alerta para a humanidade.
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