Nas histórias de faroeste é comum os bandidos serem mostrados como malfeitores cruéis e desalmados. A segunda história da série Trent, de Rudolph e Leo, modifica totalmente esse paradigma ao mostrar um garoto que vive de roubos e, com apenas 17 anos já matou dez pessoas… mas é também um apaixonado por poesia.
A história começa com um assalto a um banco de uma pequena
cidade efetuado por um garoto de 17 anos e uma menina de 16, sua namorada.
Alertado, o xerife consegue matar a garota, mas o seu parceiro foge e Trent é
destacado para prendê-lo.
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A história começa com um assalto que dá errado. |
O que torna a história interessante é o dilema ético do
policial e sua percepção de que o diabo não é tão ruim quanto lhe pintaram. O
superior de Trent diz que o fugitivo dispara em tudo que se move, mas, conforme
vai seguindo seu rastro, o policial descobre que ele deixou amigos pelo caminho
e que a história não é tão preto no branco. Por exemplo, dois rapazes mortos
por ele eram o terror da cidade onde moravam e o atormentaram até que ele
aceitasse um duelo.
Se esse aspecto psicológico já não fosse interessante o
suficiente, ainda temos um plot twist. Trent consegue pegar o fugitivo dormindo
e algemá-lo. Mas quando saí para caçar, fugitivos de uma penitenciária chegam
ao local e prendem Trent e o prisioneiro na mesma algema, tirando deles todos os
pertences, inclusive as botas.
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Émile deixa mortos, amigos e poesia por onde passa. |
Sensível e ao mesmo tempo empolgante, Trent é um dos
melhores faroestes que já li. Pena que nenhuma editora brasileira se interessou
em publicar por aqui. Mas para os que ficarem curiosos, é fácil achar scans.
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