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quarta-feira, outubro 01, 2025

Guerras Secretas – Situação desesperadora

 


O número quatro da série Guerras Secretas começa com o Homem Molecular destruindo a fortaleza dos heróis e recebendo afagos apaixonados de Vulcana (a personagem que Jim Shooter tirou da cartola ao escrever a série):

- Incrível! Você destruiu esse lugar só com um gesto, Homem Molecular.

- Ora, para alguém quem controla moléculas, isso não é nada!

O Homem-Molecular garante a vitória dos vilões. 


Mesmo assim, com a fortaleza sendo dizimada molécula por molécula, os heróis sobrevivem – o roteirista não se preocupa em explicar como.

Ao perceber que os heróis se salvaram, o Homem Molecular joga uma montanha em cima deles (mesmo assim eles sobrevivem graças ao Hulk, que segura a montanha, gerando uma bela capa). Logo depois, Thor e Encantor aparecem por ali depois do interlúdio romântico e os vilões resolvem matar o deus do trovão, algo que é feito por Ultron com um raio desintegrador. Depois descobrimos que Thor sobreviveu ao invocar um trovão e sumir dali.

Os heróis morrem... mas não morrem. 


É tanto morre-não-morre-morre-não morre que começa a incomodar. Fica óbvio que as aparentes mortes são apenas um artifício dramático barato – o que tiraria o impacto de qualquer morte real. Numa comparação com Crise nas infinitas terras: na série da DC todo mundo que morria, morria de fato (pelo menos ali, naquela publicação).

Em uma narrativa paralela, os X-men se refugiam na fortaleza de Magneto, onde encontram o moço no interlúdio romântico com Vespa.  Magneto argumenta que o grupo de mutantes deve assumir um papel agressivo: “Se Destino triunfar, Beyonder realizará todos os seus desejos egoístas! Porém nós, com a ajuda de um ser tão poderoso, criaríamos uma nova era, onde humanos normais e mutantes viveriam em paz”.

Thor morre... mas não morre. 


Surpreendentemente, a Vespa, que até então parecia apaixonada pelo rei do magnetismo passa a atacá-lo. Qual a parte de “Humanos normais e mutantes vivendo em paz” que a fez se tornar tão agressiva, do nada?

Os personagens pareciam agir de acordo com as necessidades narrativas do roteirista, que precisava ali de um conflito para ter mais algumas páginas de porrada.

Aliás, todos os personagens parecem agir assim. Ninguém tem uma ação que seja fruto da sua jornada e da lógica interna da história – são todos escravos das necessidades da roteirista.

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