William Voltz é, de longe, o melhor escritor da série Perry Rhodan e poucas vezes isso fica tão óbvio quanto no volume 227.
Na história, os alienígenas maahks criaram um duplo do
mutante Tronar Woolver, que tinha se teleportado para a nave deles. Sem saber
que ele era um mutante, e principalmente que ele tinha um irmão com o qual
mantinha uma ligação quase telepática. Para justificar a introdução desse
espião nas linhas terranas, eles inventam uma intricada operação de espionagem,
prova de que K. H Scherr, coordenador da série, tinha feito um bom trabalho ao
elaborar a trama geral.
Na história os terranos sabem que vão receber um espião e
pretendem usar isso a seu favor.
O livro é só isso. Os preparativos dos alienígenas e os
preparativos dos terranos.
Poderia ser de uma monotonia absoluta, mas é um dos livros mais empolgantes graças à habilidade do escritor ao introduzir consciência e dar profundidade à cópia do mutante:
“O nome daquele homem alto que usava traje espacial era
Tronar Woolver. Parecia exatamente com Tronar Wolover. Mas não era Tronar
Woolver. Por estranho que pudesse parecer, ele se dava conta disso; e, o que
era mais estranho, isso o fazia sofrer. O duplo chamado Tronar Woolver sabia
que no momento em que saíra do duplicador começara a morrer. Era apenas uma
pedra no jogo, um instrumento sem vontade própria, um nada...”.
William Voltz se diferenciava dos outros autores exatamente
por esse olhar humanista, filosófico e poético. Considerando que os livros de
Perry Rhodan eram publicados semanalmente e que o tempo para escrever cada
volume era mínimo, isso não era pouca coisa.


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