A criada é o novo filme do
cineasta sul-coreano ParkChan-Wook,
conhecido no Brasil por Oldboy. A trama se passa durante a II Guerra Mundial,
quando a Coréia foi invadida pelo Japão e trata de um golpe: um falso conde
pretende conquistar uma rica moça japonesa, casar com ela e interná-la em hospício,
apropriando-se de sua fortuna. Para isso, ele introduz na casa uma criada de
confiança, que o ajudará em seus planos. A moça vive em uma mansão construída
por seu tio, um pervertido, que treinou a sobrinha para ler contos eróticos
para uma plateia seleta e pretende se casar com ela para ficar com sua herança.
O golpe, entretanto, se complica quando a criada se apaixona pela patroa.
O filme é
construído em três atos, cada um mostrando o ponto de vista de um personagem –
e aí está a grande sacada do roteiro: uma mesma cena adquire outros significados
de acordo com o olhar de cada personagem. Isso permite ao diretor introduzir
viradas na trama, surpreendendo o expectador quando ele parece ter certeza do
que está acontecendo.
A única
certeza desse filme é: nada é o que aparenta ser.
Soma-se a
isso a ambientação estranha, uma mistura de roupas e arquitetura inglesas,
coreanas e japonesas, os personagens bizarros, a sensualidade única, o cuidado
apurado com o cenário e suas simbologias e a violência, que finalmente explode
no final – tudo é desconcertante nesse filme.
A criada é
um daqueles tesouros escondidos da Netflix.
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