Em uma das suas primeiras histórias do Hulk (quando nem Stan
Lee nem Jack Kirby sabiam exatamente o que fazer com o personagem), o
personagem enfrentou uma ridícula invasão alienígena orquestrada por...
homens-sapo.
John Byrne caçoa dessa situação logo na capa do segundo
número da revista She-Hulk. A personagem come biscoitos, toma leite e lê um
gibi enquanto comenta: “Meu, o primo Bruce enfrentava cada bando esquisito no
começo da carreira...!”. Enquanto isso, ao fundo, homens-sapo se aproximam
ameaçadores.
Já na primeira edição da revista, Byrne mostrava que a
metalinguagem e o humor seria a tônica, algo que é extrapolado neste número com
etiquetas do editor-chefe e dos editores nas laterais das páginas, como se fossem
comentários sobre a trama. O editor-chefe reclama que falta ação nas primeiras
páginas, que mostram a personagem se mudando para um novo apartamento – Byrne
chega a usar uma página dupla para mostrar o novo lar.
Quando a ação finalmente explode, é também numa página dupla,
com um amontoado de naves sobre o céu de Nova York. “E aí, não tá pra lá de
cósmico?”, argumenta o editor, num dos bilhetes laterais. “Nada mal!”, responde
o editor-chefe. “Mas eu teria colocado um pouco mais de espaçonaves!”.
Byrne usa bilhetes na laterais para fazer piadas metalinguísticas.
A invasão parece ter um alvo: a mulher-hulk, tanto que eles
invadem o apartamento da heroína, que exclama revoltada: “Homens-sapo, Byrne?
Homens-sapo? Pensei que a capa fosse só uma piada!”.
Embora Byrne exagere nas piadas, ele consegue construir uma
história simples, divertida e com uma reviravolta muito interessante no final.
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