Um dos casais mais curiosos e extravagantes dos
quadrinhos de super-heróis são dois membros da Tropa Alfa, Sasquatcht e Aurora.
O relacionamento desses dois personagens é
explorado nos números 20 e 21 da série. É nessa história, inclusive, que Aurora
estreia seu novo uniforme e o cabelo curto (pessoalmente, achei o uniforme genérico
e muito parecido, por exemplo, com o de Talismã, outra heroína do grupo).
O casal vai a uma ilha deserta onde se
encontra uma mansão herdada por Walter e onde eles pretendem instalar uma base
da Tropa. “Foi construída em 1896 por uma tia-avó da minha mãe. Ela era uma
figura e tanto. Casou-se oito ou nove vezes, viuvou cada uma delas sob
circunstâncias misteriosas. Sempre foi diferente do resto da família”.
Mas, durante a visita, Sasquatcht some e Aurora se vê em um local totalmente escuro. Não há nenhuma explicação para toda essa escuridão, de modo que desconfio que era só uma desculpa para Byrne duas páginas com quadros totalmente pretos (vale lembrar que na mesma época ele cuidava dos desenhos e roteiros do título do Quarteto Fantástico) nos quais Aurora fala, fala, fala sem parar.
Quadros pretos com diálogos: menos trabalho para Byrne.
Por mais que heróis na época tivessem essa
mania estranha de falarem sozinhos, aqui nitidamente há um exagero. A situação
se justifica em parte, pelo fato da personagem mudar de personalidade no meio
da sequência, o que se reflete em sua fala. É um bom recurso, embora exagerado,
ainda mais pelo fato de que não existe nenhuma razão real para a personagem
estar no escuro total.
A heroína acaba encontrando com uma
personagem chamada Lírio Dourado e a galeria de maridos da mesma, transformados
em estátuas de ouro. Aliás, ela acaba descobrindo que também Sasquatcht, em sua
identidade secreta, foi transformado em ouro.
Uma galeria de estatuas douradas?
A capa do número seguinte mostrava Sasquatcht
e Aurora enfrentando Diablo, um antigo vilão do Quarteto Fantástico, o que era
um tremenda enganação, já que o personagem aparece na história apenas em flash
back, pois ele era o amante da Lírio Dourado e quem a iniciou nas ciências do
mal. Essa capa enganação, uma forma descarada de vincular a Tropa Alfa ao
Quarteto, talvez fosse uma antecipação do que Byrne faria, lá na frente com a
Mulher Hulk.
Há um recurso interessante usado no flash
back que é o fato de jamais vermos o rosto da vilã, o que cria suspense e abre
caminho para a reviravolta final.
O rosto da vilã nunca é revelado.
Uma curiosidade dessa história é que aqui
Byrne conta com a arte-final de Keith Williams. Como na época ele estava
bastante atarefado, cuidando de mais uma série, deve ter chegado um ponto em
que ele não conseguiu continuar fazendo tudo na Tropa Alfa.
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