Almanaque do Pesadelo é uma revista da editora Mythos que reúne histórias de Dylan Dog. Para quem está acostumado com o personagem, são histórias curtas, de apenas 24 páginas (a média da revista do personagem é de 100 páginas).
Esse número, com 194 páginas, traz oito histórias, com equipes criativas diferentes. O interessante aí é observar como roteiristas diferentes e desenhistas diferentes retratam o detetive do sobrenatural.
E, embora as abordagens sejam muito diferentes, o resultado é incrivelmente equilibrado. Há histórias melhores, claro, mas nenhuma HQ é ruim.
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O traço de Daniele Bigliardo se destaca nos closes dos personagens. |
Há artistas muito realistas, como Daniele Bigliardo, uma especialista em rosto humano, com closes muito expressivos. E há arstistas estilizados, como Piero Dall´Agnol, cuja arte final solta combina perfeitamente com a história Por um rosa, adaptação de O pequeno príncipe.
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O traço estilizado combina bem com a adaptação de O pequeno príncipe. |
Em comum entre todas as histórias a fronteira borrada entre realidade e ficção. As histórias misturam cenas reais com sonhos, delírios e até um programa de TV. É curioso perceber como os roteiristas brincam com a percepção do leitor de maneira muito eficiente.
Numa seleção com histórias de tão alto nível é difícil escolher a melhor. Mas Call Center, de Gualdoni (roteiro) e Voltolini (desenhos) certamente entraria em qualquer seleção dos melhores.
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Call Center, a melhor história do volume. |
Na história, uma jovem operadora de call center precisa convencer Dylan Dog a comprar um jogo de panelas. Acontece que o detetive está com a perna quebrada depois de um acidente automobilístico no qual perseguia um serial killer e precisa se levantar da cama para atender ao telefone toda vez que ele toca. Tudo funciona perfeitamente na HQ, a começar pelo humor ácido e pela visão dos call centers como um inferno.
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