Eu topei com Uma segunda chance para amar, de Paul Feig, totalmente por acaso. Eu tinha ido fazer o alinhamento do carro e o filme estava passando na sessão da tarde na TV da sala de espera. Peguei o filme pela metade e saí antes do final, ainda assim, algo naquele típico filme natalino me chamou atenção.
Quando descobri que estava no catálogo da
Netflix, resolvi dar uma chance.
A história é centrada em uma imigrante iugoslava,
interpretada por Emília Clarke cuja vida está imersa no caos. Ela trabalha como
elfa em uma loja de produtos natalinos enquanto sonha em se tornar uma cantora.
Mas não tem onde morar e acabou se afastando de todos os amigos depois de
diversos incidentes, como eletrocutar o peixe de um deles, ou botar fogo no
navio de palitos de fósforo de outro. Além disso, a mãe mergulhou na depressão
após a fuga da Iugoslávia e se tornou tão insuportável que até mesmo o pai
passa o dia na rua trabalhando como taxi como forma de evitar o contato com
ela.
É quando ela conhece um homem misterioso que,
entre as coisas, desperta nela a vontade de ajudar as pessoas em situação de
rua.
É uma mistura de drama, comédia romântica e
musical um típico filme de sessão da tarde. Há, ali pelo final, uma reviravolta
um tanto inacreditável, mas quando chega nesse ponto, estamos tão envolvidos
com o carisma da protagonista interpretada por Emília Clark que acabamos
aceitando como crível.
Mas, por trás de tudo isso, há uma outra camada,
que torna essa obra um ponto fora da curva do que se poderia esperar num filme
de sessão da tarde. A história se passa na Inglaterra durante o brexit e é
protagonizado por uma imigrante. Além disso, todos os personagens importantes
são imigrantes, a começar pela dona da loja, uma chinesa, e pelo seu interesse
romântico, um alemão. Há momentos em que esse tema se torna mais explícito,
como no episódio do ônibus, em que um inglês grita com imigrantes ou quando a
mãe se assusta ao ver na TV imagens de protestos contra imigrantes. Mas na
maioria das vezes, esse é um tema implícito. Ou seja: o filme traz uma reflexão
importante para o mundo atual que reflete diretamente a verdadeira essência do
Natal.

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