Na década de 1970 o diretor Jodorowsky tentou adaptar o
romance Duna, de Frank Herbert e não conseguiu em decorrência dos custos
exorbitantes do projeto. Na década de 1980, o primeiro livro ganhou um filme. Apesar
de dirigido por David Linch, um dos melhores diretores da época, as intervenções feitas
pelo produtores tornaram a obra uma verdadeira bomba.
Parecia impossível fazer uma adaptação cinematográfica de Duna
à altura dos livros. Denis Villeneuve mostrou que isso é possível. Villeneuve
parece ter aprendido com todas as tentativas anteriores. Seu filme é grandioso
como sonhado por Jodorowsky e consegue contar uma história complexa, repleta de
detalhes sem ser confuso.
A trama é focada em Paul Atreides. Ele é filho do Duque
Atreides, que acabou de ganhar do imperador o domínio sobre o desértico
planeta Arrakis. O local é o mais cobiçado do universo por ser o único onde se
encontram as especiarias, fundamentais para as viagens espaciais. Mas o
presente na verdade é uma armadilha que poderá levar ao fim da família
Artreides. Tudo leva a crer, no entanto, que Paul é um messias, enviado para
tirar os habitantes de Arrakis da opressão.
Essa trama complexa repleta de personagens marcantes e de
reviravoltas envolve tramas palacianas, misticismo e ação. Os vermes de areia,
principais predadores de Arrakis, tornaram-se uma figura tão marcante que
geraram diversas homenagens e imitações.
Villeneuve dá conta do recado, a começar pelo visual impressionante
e pela tecnologia inventada para o filme, como os veículos que voam como libélulas.
O diretor não caiu na armadilha de produzir uma obra de pura
ação desenfreada. A ação quando ocorre, está serviço da história. Nesse sentido
ajuda muito a ótima escolha de atores, com destaque para Timothée Chalamet, que
interpreta Paul Atreides e Rebecca Ferguson, que interpreta Jessica Atreides,
mãe de Paul. Com um ótimo uso de olhares e expressões faciais, os dois brilham
até mesmo em cenas de ação.
Acrescente a isso a ótima trilha sonora de Hans Zimmer e temos
um filme deslumbrante.
Só nos resta que a obra tenha sucesso o bastante para que
tenha sequências e a história seja contada até o final. Seria um pecado se
ficasse apenas nesse primeiro filme.
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