Se o primeiro álbum da série Companheiros do Crepúsculo já
parecia revolucionário, ele é de fato, comportado em termos de narrativa na
comparação com o segundo álbum.
A história começa com o trio formado pelo Cavaleiro, Anicet
e Mariotte passando por uma vila que foi atacada por soldados e são confundidos
com estes. Mariotte acaba se tornando prisioneira dos aldeões. É inicialmente
defendida por um nobre, mas sob pressão dos camponeses ele decreta sua morte
por empalamento. Salva por uma chuva, ela se refugia num rochedo no mar.
Mariotte é aprisionada e condenada à morte.
É nesse ponto que a trama se torna complexa.
A narrativa volta centenas de anos atrás, na época do
império romano e acompanhamos um velho e um garoto. Os soldados romanos estão
perseguindo e exterminando os membros da tribo e o velho precisa ensinar o que
sabe para o garoto. Esse conhecimento é repassado na forma de canções chamadas
séries, cada uma sobre um número. Um exemplo: “Três partes no mundo três
começos três fins para o homem”.
A história mostra duas narrativas paralelas: uma na Idade Média, outra na época do Império romano.
O interessante aqui é que essas duas instâncias narrativas
vão se mesclando, mesmo separadas por séculos. Em certo trecho, por exemplo, o
garoto está em um pântano e sente que a pedra-lua em seu pescoço irá afogá-lo e
se livra dela. Na narrativa futura, Mariotte está no mesmo local e encontra a
pedra lua, uma jóia capaz de matar um dhuard, mostros terríveis que escravizam
os duendes machos e violentam as fêmeas. Essa descoberta será sua salvação.
A história gira em torna da tentativa de destruir o
impérido duards e libertar a dama aprisionada por eles e é repleta de
reviravoltas e momentos tensos e ao mesmo tempo quase surreais, como num sonho.
Em certo ponto da história as duas narrativas se misturam.
No final, como no primeiro livro, as fronteiras entre
realidade e ficção são tão tênues que ficamos na dúvida se tudo foi um sonho ou
não.
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