O número 5 da série Guerras Secretas inicia com o grupo de heróis refugiado em uma aldeia governada por uma belíssima curandeira. Lembro que quando li pela primeira vez, aos meus 15 anos, eu me perguntei: De onde saiu essa vila? De fato, se o planeta onde acontece o conflito foi criado do nada por Beyonder, como já poderia ter uma vila, com uma cultura formada e inclusive liderança? Lá na frente Shooter diz que o planeta foi formado por partes de outros planetas, o que mostra que o roteirista não tinha muito apreço pelas leis da física.
A grande ameaça da edição é Galactus, que sai de sua
letargia e chama sua nave. O que ele estaria pretendendo? Qual o seu objetivo?
Consumir o planeta?

Os heróis se refugiam numa aldeia governada por uma curandeira. Shooter tirava personagens da cartola.
Um momento interessante da edição é a conversa de Encantor
com Doutor Destino. Ela quer convencê-lo a desistir de atacar os heróis e chega
a propor curar as cicatrizes com que o vilão esconda o rosto sob uma máscara,
mas ele recusa ao que ela se ajoelha: “Destino, por favor, eu te imploro!”.

Encantor se humilhando? Quem é você e o que você fez com a deusa nórdica?
Essa sequência é um ótimo exemplo de como Jim Shooter não
estava minimamente preocupado em fazer com que a história de vida e a
personalidade dos personagens governasse seu comportamento. Uma deusa como Encantor
se humilhnado e implorando de joelhos? Essa definitivamente não é a personagem
criada por Stan Lee e Jack Kirby. É possível imaginar que ela estivesse
evitando entrar em conflito com Thor, pelo qual ela está apaixonada, mas nesse
momento da trama, ela acreditava que Thor foi morto por Ultron. Então é
simplesmente um comportamento inexplicável e em total desacordo com a
personagem.

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