quinta-feira, maio 15, 2025

Trent - O morto

 

A polícia montada do Canadá é uma das mais emblemáticas forças policiais de todos os tempos. Com sua jaqueta vermelha em um cenário inóspito de neve, sua própria existência já promete uma vida de aventuras. Apesar disso, não existiam, que eu saiba, quadrinhos focados nesses personagens. 

Trent, do roteirista francês Rodolphe e do desenhista brasileiro Leo, surge para suprir essa falha. 

Trent encontra uma garota em apuros, que passa a acompanhá-lo


O roteirista conta que a inspiração surgiu dos livros de aventura e de uma única imagem: a capa de um caderno distribuído pro militares canadenses ao fim da segunda guerra mundial: “Nele havia uma cabana sólida de troncos em um bosque. Um oficial da Polícia Montada segurava uma frigideira. Sua jaqueta estava meio desbotada e apoiava o fuzil contra a parede. De repente o nosso homem pararia e viraria a cabeça até a escuridão do bosque e franzia o cenho. Instintivamente, dirigia a mão até o fuzil”.

O personagem Trent é um taciturno soldado da polícia montada. Na primeira história ele recebe a incumbência de aprisionar um bandido responsável por assassinatos. 

O personagem tem um segredo do passado. Uma paixão antiga. 

No meio do caminho ele encontra com Emile, que procura o irmão desaparecido após adentrar na região em busca de ouro. 

Surge um conflito: o nome do rapaz é o mesmo do bandido que Trent foi incumbido de prender.

Os cenários têm uma importância fundamental na trama. 


O interessante aqui é que o conflito se estabelece na maior parte contra o ambiente inóspito: é uma tempestade de neve, são as dificuldades do percurso. Isso dá ao álbum um aspecto de nostalgia, como se estivéssemos lendo um daqueles romance de aventura do século XIX mas ao contrário daqueles romances, aqui a ameaça parece real embalada principalmente pela avidez humana. No caminho de Trent e Emile cadáveres se acumulam. 

Cadáveres se acumulam no caminho do casal. 


Esse álbum, primeiro da série, foi publicado na Europa pela Dargaud. Seria uma boa ideia que alguma editora brasileira resolvesse trazer para o Brasil, ainda mais considerando que Leo já tem fãs que acompanharam a série Aldebaran publicada pela Panini.

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