Não costumo falar muito de religiões ou de crenças, até porque não quero ser confundido com um dogmático, que quer converter pessoas. Mas ocorre que nos últimos tempos tenho tido algumas experiências...
Há quase dois anos freqüento o centro espírita, o que é muito estranho para mim, pois sou um céptico, que tem como lema o primeiro princípio de Descartes: duvidar sempre, começar da dúvida. Duvidar sempre, duvidar de tudo... e já duas entidades (ou espíritos) com os quais conversei me disseram que duvido demais, que não se pode duvidar de tudo.
Na verdade sou metade incrédulo, metade crente. Como uma mistura de Scully (que só acredita no que tem provas empíricas) e Molder (que tem em seu escritório um quadro com os dizeres EU QUERO ACREDITAR). Aliás, era essa dualidade que fazia o sucesso de Arquivo X, o que demonstra que mais pessoas além de mim passam por essa dualidade.
Céptico ou não, a verdade é que fica difícil ignorar certos fatos, certos indícios... e uma das formas de aplacar essa curiosidade é a leitura (por isso os espíritas estão entre os grandes leitores), assim, vou comentar algumas leituras mais espirituais, a partir de agora.
Recentemente ganhei de presente da minha mãe (não, ela não é espírita, ela é católica) o livro Muitas vidas, uma só alma. O livro é escrito pelo psicólogo Brian Weiss, que, nas sessões certa vez se deparou com uma paciente que se lembrava de fatos de suas vidas passadas e, com o tempo, começou a acreditar na reencarnação e passou a usar a terapia de vidas passadas com seus pacientes. O livro não é espírita (pelo menos não no sentido Kardecista) e parece mesmo que alguns espíritas acham perigosa a técnica e regressão, que pode revelar segredos sobre vidas passadas antes que a pessoa esteja preparada.
Weiss escreve bem, mas, se queria que seu livro fosse visto com mais seriedade, poderia ter sido mais cuidadoso, organizando melhor as informações e evitando as digressões. Na verdade, parece que ele pensou “Dane-se! Nenhum cientista vai acreditar mesmo, então para que tomar todos esses cuidados?”.
Há algumas viagens, como de um paciente que vivia em Atlândida e outra que diz ter se encontrado com Cristo, o que parece um pouco de auto-promoção, inclusive para o autor (que aliás, diz também ter conhecido Jesus em uma vida passada). Mas e se for mesmo? É impossível que alguém do círculo de amizades de Jesus tivesse renascido? Não de todo. Mas tudo isso só demonstra que o assunto é como qualquer religião: você precisa de fé para acreditar.
É ler e decidir por si mesmo.
Sobre o assunto, talvez a melhor atitude seja uma mistura de religião com filosofia e ciência. Fé irrefletida e que ignora as descobertas científicas é fanatismo.
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