Trabalhos

Uivo da górgona



De todos os monstros clássicos, os zumbis sempre foram os meus prediletos.
Eu sempre os vi como uma metáfora dos comportamentos coletivos: uma pessoa, quando está em uma multidão, torna-se irracional, instintiva – deixa, enfim, de ser humana. E, a partir do surgimento dos meios de comunicação de massa, as pessoas passaram a manifestar esse comportamento mesmo não estando em grupo. É a multidão solitária, ou massa.
Nos tempos atuais esse comportamento é totalmente visível, por exemplo, nas redes sociais, como o Whatsaap, que têm liberado o que há de pior nas pessoas, transformando-as em zumbis manipuláveis sedentos por sangue e alimentados por boatos.
O uivo da górgona surgiu a partir dessa percepção.
Para deixar isso claro, o que transforma as pessoas em zumbis não é a mordida de outro zumbis, mas um som, o uivo da górgona. O livro foi escrito originalmente em um grupo de terror no Facebook: eu escrevia, recebia o feedback e ia mexendo no texto. Essa forma de publicação também fez com que a estrutura fosse de capítulos curtos, com uma situação de suspense no final, quase como se fosse uma tira de quadrinhos.
O livro, meu segundo romance, foi financiado via Catarse e publicado em 2016 pela editora 9Bravos, com uma belíssima capa de João Ovtizke.

Livro Como escrever quadrinhos



O livro Como escrever quadrinhos surgiu por acaso. Eu tinha sido convidado para uma convenção de quadrinhos em Belém e ia ministrar uma palestra sobre roteiro. Na última hora um convidado não pôde ir e a organização me pediu outra palestra, também sobre roteiro. Mas não podia ser a mesma, já que muita gente que vira a primeira palestra também veria a segunda.
O jeito foi improvisar: peguei algumas imagens de HQs minhas e fiz toda a minha apresentação em cima delas. Eu explicava não só o processo de produção do roteiro, mas também as dificuldades que eu enfrentara e como as resolvera.
No final, algumas pessoas que havia assistido as duas apresentações vieram elogiar e dizer que a segunda tinha sido mais interessante que a primeira. Uma delas me disse: “Por que você não transforma essa palestra em livro?”.
Eu já tinha um livro sobre o assunto, O roteiro nas histórias em quadrinhos, mas essa abordagem realmente parecia interessante: explicar como se faz roteiro a partir da minha própria experiência.
O livro, lançado em 2015 pela Marca de Fantasia, foi um sucesso. Tem sido usado como referência em vários cursos, TCCs, artigos. O relato mais recente é do amigo Alexandre Lobão, que, ao entrar na Gibiteca de Curitiba encontrou uma pessoa lendo o livro.
Como resultado, a tiragem de 800 exemplares já está praticamente esgotada.

Família Titã



Em 1992 eu o compadre Joe Bennett já éramos parceiros de longa data. Foi quando o editor Franco de Rosa nos pediu 30 páginas de uma história em quadrinhos para uma revista erótica.
 O problema era o prazo: uma semana para fazer tudo: roteiro, desenho, arte-final, balonamento, tudo. Verdadeiramente insano. O prazo era tão curto que o Bené mal desligou o telefone e já começamos a criar a história.
Contrariando o pedido, fizemos uma HQ de super-heróis (que tinha apenas duas cenas eróticas). E era algo bem diferente, bem na linha da dupla Gian-Bené: uma homenagem à Família Marvel (hoje conhecida como Shazan), mas era também uma história de vingança.
Íamos criando a HQ e o Bené já ia fazendo o rafe das páginas. Quando terminou, eu coloquei o texto. No final, foi tudo tão corrido que não tivemos tempo para conversar sobre a história. Assim, na minha cabeça, o protagonista Tribuno era um herói, e na cabeça do Bené, era um vilão.
O Franco, quando recebeu, deve ter pensando o que fazer com aquela HQ, mas acabou publicando assim mesmo numa revista erótica. O sucesso foi tão grande que a história acabou sendo publicada em outro gibi.
No final, a família Titã foi publicada em 5 revistas, cada uma com tiragem de 30 mil exemplares. 150 mil exemplares no total – mais do que a vendagem mensal do Homem-Aranha na época.
Pouco depois um caçador de talentos esteve no Brasil procurando desenhistas para o mercado americano e, quando viu a Família Titã, teve certeza de que Bené era o cara certo (hoje ele desenha uma premiada fase do Hulk).
E a história virou cult. Uma das razões se deve ao fato de que não tivemos tempo para conversar sobre o seu significado: então, para alguns leitores, o protagonista é vilão e para outros é um herói. Essa tridimensionalidade dos personagens se tornou o grande charme da história.  
Em 2014 a editora Opera Graphica republicou a Família Titã, agora no formato de álbum, com textos, biografia dos autores e desenhos do Bené.  


Galeão é uma obra de fantasia histórica que se passa em algum lugar do Atlântico, no século XVII. Depois de uma noite de terror, em que algo terrível acontece, os sobreviventes descobrem que estão em um navio que não pode ser governado e repleto de mistérios. A comida está sumindo, alguém está cometendo assassinatos, uma mulher é violentada e o tesouro do capitão parece ter alguma relação com todo o tormento pelo qual estão passando.
Além da narrativa do navio, são mostrados flash backs dos personagens, revelando que todos eles têm algo a esconder.
Galeão mistura vários temas da ficção fantástica e outros gêneros: os duplos de Edgar Alan Poe, o Aleph de Borges e outros, misturados com uma trama policial, já que um psicopata parece estar agindo entre os sobreviventes. A história torna-se, assim, um quebra-cabeça a ser desvendado pelo leitor. Curta a página da editora no Facebook: https://www.facebook.com/9Bravos?fref=ts

Loira fantasma na Mestres do Terror

Mestres do terror é a mais longeva e uma das mais clássicas revistas de terror já publicadas no Brasil. Editada por Rodolfo Zalla, angariou uma geração de fãs nas gerações de 1980 e 1990. Em 2015, um desses fãs, Daniel Sacks, resolveu trazer a revista de volta, continuando a numeração original. Eu havia colaborado com a fase clássica da publicação e fui convidado a enviar novos roteiros. Minha primeira colaboração com a revista nessa nova fase foi “Loira fantasma” sobre a assombração dos banheiros públicos. Essa história foi escrita em meados da década de 1990 para a revista Manticore (na época havíamos lançado uma premiada graphic novel com esse título e a ideia era transformar a Manticore em revista mix de terror e FC). É um exemplo do que chamo de roteiro em mosaico, com a história sendo contada através de diversos fragmentos que unidos formam uma história só. E, claro, tinha uma virada no final, como as boas histórias de terror. A arte ficou por conta do grande Toninho Lima, que não economizou nos ângulos inusitados para ressaltar o terror da história. O escorço da sequência em que o estuprador se aproxima da moça caída é particularmente impactante.  

Pesadelos em Calafrio 55

Calafrio é uma das mais longevas e clássicas revistas de terror já publicadas no Brasil. Editada por Rodolfo Zalla, angariou uma geração de fãs nas gerações de 1980 e 1990. Em 2015, um desses fãs, Daniel Sacks, resolveu trazer a revista de volta, continuando a numeração original. Eu havia colaborado com a fase clássica da publicação e fui convidado a enviar novos roteiros. Minha primeira colaboração com a revista nessa nova fase foi uma história sobre um professor atormentando por pesadelos que parecem cada vez mais reais. A história foi desenhada pelo Toninho Lima, que teve momentos brilhantes, como a página de abertura, em que a cena do pesadelo surge de um balão do personagem. 

Clássicos revisitados é uma coleção da editora Quadrinhópole que mistura temas diferentes em uma mesma HQ. A ideia é desafiar os quadrinistas a juntar em uma mesma trama coisas tão diferentes quanto contos de fadas e máfia. O número 4 dessa coleção misturou fatos históricos com clássicos da ficção científica. 
Eu fiquei com dois desafios: A extinção dos dinossauros x Guia do Mochileiro das galáxias e Space Opera x chegada do homem à lua. 

Space opera e chegada do homem à lua não eram exatamente temas muito díspares, mas havia um complicador: queríamos colocar referências a pelo menos três clássicos: Flash Gordon, John Carter de Marte e Perry Rhodan (havia a ideia de introduzir Buck Rogers também, mas desistimos). O roteiro foi feito no estilo marvel way: eu o Antonio Eder conversamos sobre a história, o Antonio fez um rafe e eu coloquei textos. Na história, o doutor Zarckov constroi um foguete com sucate e ele, Dale Arden e Flash Gordon (em versões infantis) voam na direção da Lua. Mas um pequeno Perry Rhodan também está na corrida. A história é cheia de referências: do formato das naves ao mascote de Perry, Gucky, o gato-robô. 

Já "Bem-vindo ao verbete Extinção dos dinossauros" foi produzido no modo convencional, com um roteiro full script desenhado por Hugo Nani. A idéia era mostrar a história como se fosse um verbete do Guia do Mochileiros das galáxias. Na HQ, dois garotos extraterrestres voltam no tempo e acabam provocando a extinção dos dinos. A tônica era totalmente humorística e desenho do Hugo encaixou perfeitamente, exagerando as expressões dos personagens. Eu costumo dizer que se o autor não acha engraçado, o leitor dificilmente achará - e eu ri bastante lendo o resultado final.



Gian Danton participou da Clássicos Revisitados 2 - Monstros Noir com uma história em que Frankstein é um detetive particular, com arte de JJ Marreiro.

Clássicos Revisitados é uma coleção publicada pela editora Quadrinhópole que reúne temas diferentes na mesma história. O primeiro número eram histórias de contos de fadas misturadas a histórias de mafia.
Quando me convidaram, a orientação era fazer algo com Os três porquinhos. Eu pensei: Três porquinho mais máfia, só poderia ser algo com a famosa cena do filme Pulp Fiction em que Samuel L Jackson e John Travolta fazem uma "visita" a três garotos que passaram a perna em um mafioso.
A partir dessa premissa, a história praticamente se escreveu sozinha, desde o nome dos lobos (Samuel e João) até os trocadilhos (os porquinhos pegaram pó para vender, não pagaram e deram para gatinhas - leite em pó) e brincadeiras com comida (Como chamam Feijoada na França?).
Ao desenhar a história, Antonio Eder acrescentou mais piadas de fundo, melhorando ainda mais o roteiro. Considero esse um dos melhores trabalhos da nossa parceria.
Publicação da editora Quadrinhópole.


A antologia Cidade Sorriso dos mortos-vivos mostra o que aconteceria com Curitiba se a cidade fosse invadida por zumbis. Eu participo com três HQs: "Só tem zumbi em um quadrinho", "Os dias são todos iguais" e "Machado, o detetive do inexplicável".

Maníaco da tesoura em Bocas Malditas

Bocas Malditas é uma coletânea de histórias em quadrinhos organizada por Karol Sakura (certamente um dos grandes nomes da nova geração do quadrinho nacional). Boca maldita, para que não sabe, é um ponto turístico da cidade de Curitiba e o nome reflete bem o objetivo da antologia: reunir histórias sobre a capital paranaense. E Curitiba tem muita, muita história para contar, como fica evidente na publicação. Eu participei com uma história sobre uma lenda urbana da cidade: um psicopata que matava mulheres com tesouras – o maníaco da tesoura. A arte ficou por conta do jovem e talentoso João Paulo de Melo, que fez um belíssimo trabalho, captando perfeitamente o clima de tensão psicológica da história. 

Zumbis e outras criaturas das trevas é uma antologia organizada por Franco de Rosa e publicada pela editora Kalaco em 2012. A publicação, com quase 250 páginas, reúne um time de primeira dos quadrinhos nacionais, incluindo o mestre do terror Rubens Francisco Lucchetti, Julio Shimamoto, Alexandre Jubran, Mozart Couto e muitos outros.


Eu colaborei com a HQ "Três balas" e tive a honra de ver meu texto desenhado pelo grande Walmir Amaral. Quem lia quadrinhos nas décadas de 1970 e 1980 dificilmente deixou de ler alguma coisa com o traço do Walmir. Ele produziu a maior parte das capas da famosa revista Kripta, quadrinhos e capas para a revista do Fantasma. A história parte da seguinte premissa: o que você faria se seus melhores amigos se transformassem em zumbis?"Três balas" é, essencialmente, uma história sobre amizade e foi muito influenciada pelo trabalho de Stephen King, com destaque para a noveleta "O corpo", que deu origem ao filme "Conta comigo".

Casa do terror




Casa do terror surgiu com a ideia de reviver o clima dos antigos pulp fictions de horror.
Para quem não conhece, os pulp eram publicações baratas, geralmente especializadas em um determinado tema (ficção-científica, fantasia, policial).
O volume foi organizado por mim (que fiz a seleção de textos) e editado pelo Leonardo Santana.
Além de contos de gente como ABS Moraes, Alexadre Lobão e Josiel Vieira, o volume tinha resenhas de livros e uma entrevista com Marcelo Milici (do site Boca de Inferno) feita por Matheus Moura.
O meu conto, “Corpo Fechado” mostrava “a verdadeira história” de como Lampião morreu, narrada por um dos cangaceiros.
Foi lançada em 2012 pela editora Prismarte com uma capa inspirada de Marcos Caldas e design de Will.
É uma edição da qual me orgulho, redondinha, com uma ótima seleção de textos e um design realmente interessante. Se o Brasil tivesse um mercado editorial forte, tinha tudo para se tornar um sucesso de vendas. Infelizmente teve apenas um número.    

MSP+50 foi uma antologia publicada em 2010 em homenagem aos 50 anos de carreira de Maurício de Sousa (O MSP é uma referência ao nome da empresa: Maurício de Sousa Produções). Indescritível a sensação ao receber a ligação do Sidney Gusman me avisando que eu ia participar dessa homanagem. Alegria maior ainda quando soube que meu parceiro nessa empreitada seria o amigo Joao Marreiro
Mas o "peso da camisa" foi demais para o Marreiro e ele empacou, não conseguindo desenhar as duas primeiras versões do roteiro que produzi.
A solução foi criar uma história com a qual ele pudesse se divertir, desenhando tudo que ele gosta. Na história, o Astronauta fica preso em uma máquina de realidade virtual que mostra quem ele seria se não fosse o Astronauta: cowboy, detetive no estilo Sherlock Holmes, aventureiro, no estilo Indiana Jones. Marreiro adorou o roteiro e o resultado foi essa divertida história no traço vintage desse mestre dos quadrinhos cearenses.



Team Kids Drogas


Team Kids é um grupo de personagens da editora NES cujas histórias trabalham temas como ecologia, cidadania e outros. Eu escrevi para eles o volume sobre drogas. Tema difícil, que deve ser abordado com delicadeza, ser informativo e, ao mesmo tempo, divertido. Pesquisei muito, tivemos a consultoria de uma pessoa ligada a uma ONG de combate às drogas e acho que o resultado foi interessante. A revista foi distribuída em escolas do Rio Grande do Sul.

Em Grafipar - A editora que saiu do eixo (formato 16 x 23 cm, 168 páginas, R$ 39,90), o autor Gian Danton volta ao ano de 1977, quando o Brasil vivia os últimos dias do regime ditatorial. O assunto sexo era um tabu total. Nas bancas, revistas como Status, Homem, Ele & Ela e Fiesta exibiam tímidas pinups censuradas, com, no máximo, um seio à mostra.

Surgiu, então, uma editora especializada em erotismo, a Grafipar, que logo se destacou com seus quadrinhos nacionais, sempre misturando erotismo com gêneros como terror, ficção científica, folclore e policial.

O livro, resultado de mais de 20 anos de pesquisas, conta a história dessa editora e de seu líder, o descendente de japoneses e ativista cultural da colônia nipônica, Cláudio Seto, também introdutor da linguagem do mangá no Brasil.

A obra analisa as revistas da Grafipar, suas histórias e, ainda, trata dos bastidores da "vila de quadrinhistas" que existiu em Curitiba no início dos anos 1980.

Histórias que misturam humor e terror. Meu conto fala sobre um cientista atrapalhado que pretende provar que os dinossauros se transformaram em peixes. Antologia da editora Estronho.

Super-Heróis é a coletânea da Editora Draco sobre estes seres capazes de nos inspirar por seus feitos assombrosos e sacrifícios em prol de um mundo melhor. Nessas 14 histórias a justiça não escolhe campo de batalha, sejam os becos sujos de uma metrópole, os rincões afastados do interior brasileiro, uma Lisboa prestes a ser invadida por Napoleão ou a arena política onde se decide o destino da sociedade.
Organizada e estrelada por Gerson Lodi-Ribeiro e Luiz Felipe Vasques, a coletânea apresenta as identidades secretas de Romeu Martins, Alex Ricardo Parolin, Pedro Vieira, Gustavo Vícola, João Rogaciano, Roberta Spindler, Dennis Vinicius, Inês Montenegro, Gian Danton, Vitor Vitali, Lucas Rocha e Antonio Luiz M. C. Costa. Além da capa, cada conto é ilustrado com pinturas a mão do artista Angelo de Capua. Mais detalhes no site da editora Draco.
 

Distopias hipodérmicas em Literatura Lado B

Literatura Lado B foi uma antologia organizada por Denize Lazarin e Rodolfo Londero e publicado pela Editora da Unicentro com textos sobre ficção científica, terror, fantasia e quadrinhos.
O título refere-se ao fato desse tipo de literatura ter pouca visibilidade nos estudos acadêmicos. Geralmente o lado B é o que trazia as músicas menos conhecidos dos discos. Da mesma forma, são poucos os estudos sobre literatura de gênero no Brasil

Eu colaborei com o artigo “As distopias hipodérmicas”, sobre a como a teoria hipodérmica da mídia influenciou algumas das principais distopias do século XX: Admirável Mundo Novo, 1984 e Fahrenheit 451Clique aqui para baixar o livro. 

 
Pare tudo o que você está fazendo: algo muito grave está acontecendo aqui, agora. Mas não se trata do Apocalipse Maia que está prometido para o fim do ano. É algo muito mais ameaçador — e antigo
também: desde eras remotas existem registros de invasões alienígenas. Das Pirâmides do antigo Egito aos Moais da Ilha de Pascoa, das Linhas de Nazca às teorias polêmicas de Erich Von Däniken, muito tem se falado a respeito.
Mas não se trata, agora, de mera especulação: ELES JÁ ESTÃO AQUI! Talvez até mesmo aí, à sua volta, dormindo na sua cama, ao seu lado no metrô — ou ainda, na pior das hipóteses, controlando este país que desde sempre tem se mostrado incontrolável.
A prova, caro leitor, está neste e-book que em breve você terá diante dos olhos. Organizado criteriosamente por Ademir Pascale, um seleto time de autores mostra, sob os mais variados aspectos e abordagens, que aquilo imaginado pelo grande autor H.G. Wells já se faz presente.
Surpreenda-se. Admire-se. Ou fuja — se tiver tempo suficiente! Clique aqui para baixar.

Participam neste e-book:
- Ademir Pascale (organizador e coautor)
- Arionauro da Silva Santos (cartunista)
- Claudio Parreira (coautor)
- Flávia Muniz (coautora)
- Francisco Juska Filho (cartunista)
- Gerson Lodi-Ribeiro (coautor)
- Gian Danton (coautor)
- Luiz Bras (coautor)
- Marcelo Bighetti (capista, diagramador e coautor)
- Renato A. Azevedo (coautor)
- Roberto de Sousa Causo (coautor)

Entre 4 linhas


Entre 4 linhas foi uma antologia de quadrinhos sobre futebol lançada pela editora Quadrinhópole no ano de 2014 que reuniu diversos grandes talentos dos quadrinhos, como Bira Dantas, André Caliman, Fabrizio Andriani e muitos outros. Eu participei com uma história de ficção científica intitulada “A maior partida de futebol do universo”, desenhada pelo genial Antonio Eder.  
Na HQ, dois exércitos extraterrestres (os Gekakrs e os falarianos) disputam o universo e mandam suas tropas para um planeta rico em recursos naturais. Mas as forças eram tão equivalentes que ninguém ousava atacar. Até que surge uma bola exatamente no meio dos dois exércitos. Quando alguém chuta a bola, a coisa toda vira uma grande partida de futebol. A história é narrada por dois personagens (Nelson e Zrrrr, como se fosse um programa esportivo). Eu recheei a história de piadas de fundo, reforçadas pelo desenho do Antonio. Um exemplo: o apresentador Zrrr diz que aquele é um programa para quem tem sangue quente (uma ironia, já que o próprio personagem parece uma mistura de inseto com réptil – ou seja: nada de sangue quente). 


Cidade Sorriso dos mortos vivos


riso dos mortos vivos é um tijolão de 350 páginas, uma das maiores antologias de quadrinho já publicadas no Brasil. Organizada por Antonio Eder e Walkir Fernandes, a coletânea parte de uma premissa interessante: o que aconteceria se Curitiba fosse invadida por zumbis? Eu colaborei com três histórias. 

“Só tem zumbi em um quadrinho” é desenhado por Márcio Freire (responsável pelas cores da premiada graphic novel Manticore), com argumento de Antonio Eder e texto meu. Essencialmente, o Márcio queria participar da coletânea, mas desenhando algo no estilo Conan, o Antonio bolou uma ideia e coube a mim justificar tudo. Destaque para a página final, em que eu, Antonio e Márcio aparecemos comentando a HQ. E, sim, só tem zumbi em um quadrinho.

“Os dias são todos iguais” tem roteiro meu e arte de Antonio Eder. O objetivo era fazer uma história sobre alienação. Nela, um rapaz está ouvindo um podcast sobre zumbis e andando pela cidade: está tão concentrado que não percebe que está vivendo um apocalipse zumbi. Destaque para a genialidade narrativa de Antonio Eder, sem o qual a história não teria metade a graça.
“Machado, o detetive do inexplicado” é outra parceria minha com o Antonio. Dessa vez homenageamos um amigo, o agitador cultural, cineasta, quadrinista e mais uma centena de coisas, Carlos Alberto Machado. A história mistura metalinguagem, lógica, OVNIS, neonazistas e zumbis e tem uma estrutura em loop. Destaque para a página inicial em que um rapaz entra em um sebo e encontra algumas obras “pouco interessantes”: Coronel Ordem, dos desconhecidos Gian Danton e Bené Nascimento, Batman de Orson Welles etc. 

Fronteira Livre foi uma coletânea de quadrinhos organizada por Milena Azevedo e financiada via Catarse. Eu colaborei com uma história de faroeste ao estilo do seriado Além da imaginação, ilustrada por Alexandre Falcão. Na trama, um garimpeiro chega em uma cidade em que todos parecem ter sido dominados pela loucura dos duelos: a professorinha duelou com a dançarina do cabaré, o prefeito com o xerife, o pastro com o barman. Uma curiosidade é o nome do loca: Dalton City, uma referência às histórias de Lucky Luke.



Imaginários em quadrinhos é uma antologia de fantasia e ficção científica organizada por Raphael Fernandes e publicada pela editora Draco. Eu participei do volume dois, que também trouxe grandes nomes dos quadrinhos, como Laudo e João Azeitona. A minha história, Patrulha do tempo, com desenhos de Diego de Sousa, brincava com paradoxos temporais. O roteiro de Patrulha do tempo ficou parado por mais de dez anos. Eu havia começado a escrever, mas não sabia como continuar e muito menos como terminar. O traço do Diego foi fundamental para que eu desse continuidade à história. Ação, ficção científica e principalmente dinossauros são coisas que o rapaz sabe fazer muito bem. Como várias de outras histórias minhas, essa é cheia de referências: começa falando de teoria do caos e do efeito borboleta e segue com citações a Ray Bradbury e a Isaac Asimov. Eu gosto particularmente da virada no final. Para uma história que ficou na gaveta por dez anos e que achei que nunca ia dar em nada, foi um ótimo resultado, 

Catálogo do exposição Tesouros da Grafipar

A Grafipar foi uma das maiores editoras do Brasil entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Sua produção de quadrinhos eróticos desafiavam a censura da época sem cair na pornografia, misturando o erotismo a outros gêneros, como terror, aventura e ficção científica. A exposição Tesouros da Grafipar teve curadoria de José Aguiar e foi apresentada na Gibicon, em 2012. O cartaz da exposição foi realizado por Gustavo Machado, um veterano da Grafipar e tem a genialidade das melhores pin-ups: é sensual, sem mostrar muita coisa. A loira é Maria Erótica, criação de Cláudio Seto, coordenador editorial de quadrinhos da Grafipar, que aparece ao fundo, ao lado de uma barraca da feirinha de Curitiba. A exposição contou com um catálogo e colaborei com um texto contando a história da editora. Além dos quadrinhos selecionados, a publicação também trazia textos de Gonçalo Júnior, José Aguiar, Franco de Rosa e Faruk El-Khatib, dono da Grafipar.


Vestígios - revista portuguesa de quadrinhos



Vestígios é uma revista alternativa portuguesa editada por Don Lay (proveniente da Guiné-Bissau). Eu participei com duas histórias: “Como ser enganado por um psicopata”, com arte de Antonio Eder, e Arlequim, com arte de Don Lay. “Como ser enganado por um psicopata” explica o que é um psicopatia a partir da minha experiência com o assunto, que fez com que eu me interessasse pelo tema. Arlequim se passava na época do regime militar no Brasil. A história foi adaptada por Don Lay, em especial por causa da linguagem, que era estranha para o público português. 

Zumbi em Boca do Inferno

Boca do inferno era uma revista de terror da editora independente Júpiter II. Eu colaborei com o número 6, de 2010, com a história Zumbi, ilustrada por E. Thomaz. A história, sobre escravos que se revoltam contra seus senhores com ajuda sobrenatural tem uma pegada da fase de Alan Moore no Monstro do Pântano, com narrativa em terceira pessoa, flash backs e estrutura de mosaico. O desenhista é muito influenciado pelos ilustradores dessa mesma fase, como Steve Bissett, de modo que as imagens se encaixavam perfeitamente com meu texto. 


BAIXE O E-BOOK GRATUITAMENTE E DIVULGUE PARA OS SEUS AMIGOS:
http://www.divulgalivros.org/invasao_alienigena.pdf

Natal Fantástico


Algo que sempre me fascinou nas histórias de Natal é seu elemento fantástico. O conto de Natal, de Dickens, já apresentava diversos elementos de fantasia. O mesmo pode ser dito do filme mais famoso sobre o tema, Do mundo nada se leva, de Frank Capra. Assim, sugeri ao escritor Ademir Pascale a produção de uma coletânea reunindo esses dois elementos: fantasia e época natalina.
O resultado foi o e-book Natal Fantástico. A belíssima capa, de autoria de Marcelo Bighetti (que também ficou responsável pela ótima diagramação do livro) mostrava uma árvore de natal em meio a um ambiente de fantasia e ficção científica e refletia bem o conteúdo do volume. Eu colaborei com um conto, Canção de Natal com uma estrutura semelhante a outro conto famoso de Dickens: Os carrilhões. 
Clique aqui para baixar o e-book: http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2017/12/natal-fantastico-obra-nacional-baseada.html
 
Antologia Metamorfose II, organizada por Ademir Pascale, com histórias sobre lobisomens. Eu participo com o conto  "Fera". À venda na livraria Amapaense.
Antologia Fantasiando, da editora Regência. Meu conto "O segredo de Helena" é sobre um homem que perde a esposa e descobre que ela guardava um grande segredo.
Em  uma cidade perdida, monsttros e humanos convivem normalmente. Mas o assassinato de uma jovem pode quebrar essa paz. Caberá a um detetive lobisomem e seu pupilo desvenderam esse mistério.


Vinte anos no hiperespaço foi lançado em 2003 para comemorar os 20 anos do fanzine homônimo. A antologia juntou contos de alguns dos mais conhecidos escritores de ficção científica do Brasil. Gian Danton colaborou com o conto V.I.R.T.U.A.L. 
O roteiro nas histórias em quadrinhos é o meu livro definitivo sobre o assunto. Trata de temas que vão da criação de personagens ao pacto de verossimilhança. Para comprar, clique aqui.
O livro Introdução à metodologia científica é indicado para alunos que estão iniciando a produção de trabalhos acadêmicos por sua linguagem simples.

Antologia de contos sobre fantasmas. Eu colaboro com o conto "Lembranças de sangue". 
 Um dos lançamentos mais esperados do anos, o MSP+50 reuniu alguns dos principais quadrinistas brasileiros nessa homenagem ao Maurício de Sousa. Eu e JJ Marreiro participamos com uma história do Astronauta.
Coleção Guias da Filosofia dedicado ao pensador alemão Nietzsche. A obra traz um artigo de minha autoria, escrito em parceria com Jefferson Nunes, Nietzsche, um ícone pop, que analisa a influência de sua obra em filmes, quadrinhos e na música. O Jefferson assina mais dois textos nessa coletânea. O amigo Matheus Moura também assina um artigo. O livro custa R$ 14,90 e pode ser comprado também no site da editora Escala.

200 perguntas sobre nazismo

200 perguntas sobre nazismo foi um livro que escrevi para a editora Escala lançado em banca no ano de 2009. Era um daqueles livros no estilo perguntas e respostas. O livro inteiro foi escrito no feriado do carnaval (na época eu escrevia muito rápido). A diagramação era interessante, com o uso de links, com informações sobre algo que era citado no texto (algo que seria usado profusamente pela Escala em outras publicações). Entretanto, era difícil identificar o título na capa e até meu crédito tinha que ser procurado pelo leitor no expediente. Posteriormente, a Escala lançou pelo menos duas revistas com conteúdo  retirado deste livro.



A queda do muro de Berlin


A queda do muro de Berlim foi um livro editado por mim e lançado pela editora Escala no ano de 2010. Os textos eram meus, de Matheus Moura, Jefferson Nunes e Leide Oliveira. Foi um desafio porque cada uma das pessoas da equipe morava em um local dferente (o excelente diagramador morava no interior de São Paulo). Então todo o trabalho foi feito pela internet. Os outros autores me mandavam os textos por e-mail, eu editava, enviava para o diagramador junto com as imagens, ele me enviava a matéria diagramada, eu verificava se estava tudo ok e mandava para a coordenadora editorial. O resultado foi realmente gratificante: textos, diagramação, tudo se encaixava, dando uma ampla visão do assunto, da construção do muro à sua queda, passando pelo medo da bomba atômica, as vítimas do muro etc. Além dos textos, a publicação traz linhas do tempo e textos de contextualização histórica, com outros fatos ocorridos na época da construção e da queda do muro. De vez em quando a Escala relança esse livro em banca (razão pela qual não há data no expediente). 


Conhecimento Prático Filosofia 21. Artigo de capa, sobre Edgar Morin.


Conhecimento Pratico Filosofia 22. Artigo sobre o filósofo Thomas Kuhn e a teoria dos paradigmas.


Artigo sobre o Epicurismo.


Perry Rhodan em Conhecimento Prático Literatura

A partir do número 21, a revista Discutindo Literatura passou por uma reformulação editorial e passou a se chamar Conhecimento Prático Literatura. Minha primeira colaboração com essa nova fase da revista foi um artigo sobre a série alemã de ficção científica Perry Rhodan. É a maior série literária do mundo, com milhares de livros já publicados. No texto eu destrincho o início da série e destaco o fato de que, apesar de ser uma série de ficção popular, muitos livros tinham conteúdo literário relevante. 


Conhecimento Prático Literatura 24 - Artigo sobre Neil Gaiman.
 

Desvendando a História especial escravidão. Textos meus e de Matheus Moura. Também fui responsável pela edição.

Artigos sobre a Escola de Frankfurt e sobre o livro Para ler o Pato Donald.

Perry Rhodan em Conhecimento Prático Literatura

A partir do número 21, a revista Discutindo Literatura passou por uma reformulação editorial e passou a se chamar Conhecimento Prático Literatura. Minha primeira colaboração com essa nova fase da revista foi um artigo sobre a série alemã de ficção científica Perry Rhodan. É a maior série literária do mundo, com milhares de livros já publicados. No texto eu destrincho o início da série e destaco o fato de que, apesar de ser uma série de ficção popular, muitos livros tinham conteúdo literário relevante. 

Lobato x modernistas na Discutindo Literatura

Discutindo Literatura era uma revista da editora Escala volta para professores de Português. Eu colaborei com o número 20 com um artigo sobre um assunto polêmico: a relação entre Monteiro Lobato e os modernistas. A maioria das pessoas acredita que Lobato foi contra o modernismo (há quem acredite até que ele chegou a vaiar e jogar ovos contra os modernista). Mas na verdade, a relação entre ambos era mais que amigável: afinal, Lobato era o editor de alguns dos principais escritores modernistas. 

Conhecimento artístico


A revista Conhecimento Prático Filosofia era uma publicação da Editora Escala voltada para professores de Filosofia. Eu colaborei com o número 17 com uma matéria sobre O conhecimento artístico. Trata-se de uma abordagem nova, ancorada em autores como Edgar Morin, segundo o qual a arte é uma forma de adquirirmos conhecimento sobre o mundo. Através da arte (aqui entendida de forma geral, incluindo quadrinhos, cinema, literatura etc), podemos compreender melhor o mundo em que vivemos e até antecipar como será o mundo futuro. Na matéria, além de Morin, cito Jung, pesquisas sobre o lado direito e lado esquerdo do cérebro, Stephen King, Flash Gordon, Arquivo X etc.

Cinemix

No rastro de sucesso do filme Crepúsculo, a editora Nova Sampa publicou A revista Cinemix Extra Crepúsculo. Eu colaborei com um conto de terror intitulado Elizabeth, ambientado no século XIX, sobre um fazendeiro que descobre que sua esposa é uma vampira. Detalhe: a principal matéria da revista era da minha irmã, Leide, que à essa altura, já havia se tornado uma especialista em Crepúsculo.  

O mundo real e imaginário de Crepúsculo

A primeira revista sobre a série Crepúsculo publicada no Brasil foi escrita por mim, Matheus Moura e Leide Vonlins. O filme estava para ser lançado e a editora Escala viu aí um filão.O mundo real e imaginário de Crepúsculo era uma revista no estilo perguntas e respostas que fazia sucesso à época. Eu não tinha lido os livros e pedi para minha irmã, Leide Vonlis para ler as obras e escrever sobre ela. A Leide não gostava de vampiros, mas acabou aceitando (no final, virou uma das maiores especialistas em Crepúsculo do Brasil, com textos em diversas revistas sobre o assunto). Eu fiz perguntas sobre vampiros e Matheus focou mais no filme. No final, Crepúsculo acabou sendo aquele sucesso estrondoso e inesperado e a revista deve ter vendido muito bem, tanto que depois eles lançaram outra publicação, aproveitando 100 perguntas das que havíamos feito. 

O fascinante mundo indiano


Em 2009 a novela Caminhos da Índia era um grande sucesso. Para aproveitar o interesse pelo assunto, a editora lançou a revista O fascinante mundo Indiano. Os textos eram meus e do Matheus Moura. Eu escrevi sobre o Bhagavad Gita, o livro sagrado indiano, sobre o movimento Hare Krishna e sobre Gandhi. Boa parte da matéria sobre os hare krishna era reaproveitamento de uma matéria  gonzo que eu havia feito na universidade sobre o movimento (na época eu passei um final de semana em um templo rural de Belém). Para complementar a publicação, o editor colocou trechos do próprio Bhagavad e a canção My Sweet Lord, de George Harrison. 

Quadrinhos na escola


Discutindo Língua Portuguesa era uma revista da editora Escala voltada para professores de Português e disciplinas afins. No número dois da revista eu publiquei um texto sobre uso de quadrinhos em sala de aula. O texto falava do preconceito contra os quadrinhos (razão pela qual muitos professores se recusam a usar gibis em sala de aula), sobre os elementos dos quadrinhos, tipos de HQs e até explicava como é feito um gibi. Além disso, trazia sugestões de atividades em várias disciplinas e indicações de leituras. 

Quadrinhofilia

Quadrinhofilia foi o nome de uma antologia de trabalhos do quadrinista curitibano José Aguiar publicada pela editora HQM no ano de 2008. Aguiar desenhou três histórias minhas, duas adaptações de contos: Em entropia um astronauta sozinho em uma estação espacial vê a terra sendo invadida por naves extraterrestres; Invasão é uma história de terror no estilo dos filmes B dos anos 1950.
Mas nosso melhor trabalho juntos é a adaptação do filme expressionista O Gabinete do Dr. Caligari. Caligari é um dos maiores clássicos do terror e um dos meus filmes prediletos de todos os tempos.
Lembro que foi um trabalho de fôlego: assistimos ao filme mais de uma vez, fazendo anotações e comentando aspectos relevantes para a adaptação.

O resultado foi uma história em quadrinhos que resgata toda a complexidade da obra original, inclusive com seus diversos sentidos.

A página que mostra pela primeira vez o sonâmbulo Cesare é a minha preferida, com o personagem avançando pelos quadrinhos, o que destaca sua figura alongada e soturna ao mesmo tempo em que quebra com a normatividade da diagramação dos quadrinhos da mesma forma que Caligari quebrou com diversas convenções do cinema da época. 

MAD 25


Na época da MAD 25 já fazia algum tempo que eu não colaborava com a revista e andava bastante ocupado. Mas o editor Raphael Fernandes me fez um convite irrecusável: escrever uma história para o grande Roger Cruz, famoso pela sua fase nos X-men. Tratava-se de uma sátira do filme Alice no país das maravilhas, que ainda ia estrear estrear. Eu resolvi fazer uma proposta diferente: ao invés  de ser a Alice do filme, seria uma Alice no país das armadilhas). A pobre e inocente Alice cai em um bueiro e vai parar em um país muito diferente do Brasil - repleto de malandros e políticos corruptos. Eu conhecia o traço de Roger Cruz e sabia que o cara era fera, mas não imaginava que ele iria se adaptar tão bem ao gênero humor. A pobre Alice cai em todos os golpes possíveis. Eu pensei na história como sendo um livro infantil e ele conseguiu pegar perfeitamente o espírito da HQ ao fazer um requadro pouco convencional. 

MAD 18

Na época da MAD 18 dois assuntos estavam na boca de todos: a volta do reality show No Limite e mais um dos inúmeros escândalos de corrupção no Senado, na época comandado pelo famoso bigodudo. Quando o Raphael Fernandes me convidou para fazer a sátira do No Limite pensei em juntar as duas coisas e assim surgiu No Limite do Senado, no qual os integrantes ficam presos em uma ilha e ganha a disputa quem consegue roubar mais dinheiro. O editor Raphael Fernandes teve a ideia de divulgar as imagens da história como se ela tivesse sido censurada por políticos, o que chamou ainda mais atenção para a HQ. Os desenhos ficaram por conta do Anderson Nascimento. 

MAD 17

Em 2009 o Twitter estava no seu auge. Todo mundo tinha uma conta no microblog e o editor Raphael Fernandes resolveu fazer uma edição especial sobre o assunto. Eu propus mostrar como seria se o Twitter já existisse desde a antiguidade (e começamos com a Hebe comentando que havia encontrado com Deus e que ele havia criado o mundo). Tínhamos Eva reclamando que os ciúmes de Adão estavam transformando o paraíso num inferno, Nero reclamando que ninguém o entendia (dá vontade de botar fogo em tudo), Napoleão e Hitler anunciando que invadiriam a Rússia etc. O  Raphael acrescentou algumas tags, o que deixou tudo ainda mais engraçado. As imagens de fundo da matéria ficaram por conta do Amorim. 

MAD 15

Guia MAD de sintomas da gripe suína foi minha quarta colaboração com a famosa revista de humor. Boa parte do texto, claro, eram piadas com porcos e/ou com o Palmeiras. Alguns dos sintomas também faziam referência ao país de onde se acreditava que vinha a gripe, o México. Hoje em dia se sabe que a gripe nem veio do México nem é proveniente de porcos, mas nas época isso deu uma boa sátira. Os desenhos ficaram por conta de Juarez Ricci e o roteirista Matheus Moura me ajudou no roteiro. 

MAD 14

A sátira do filme Crepúsculo foi meu terceiro roteiro para a MAD. Foi um sufoco porque o filme ainda não havia estreado e tive que conseguir uma versão pirata. Fora isso, foi uma sátira que meio que se escreveu sozinha. O desenho ficou a cargo do grande Raphael Salimena. Nós enchemos a história de piadas de fundo, em especial na página dupla de apresentação dos personagens. Em um dos cantos aparecemos eu, o desenhista e o editora Raphael Fernandes como turistas. Eu comento: “Nossa, nessa cidade todos são virgens” ao que o editor responde: “Até os DVDs são virgens” enquanto segura o DVD “Fiz pornô e continuei virgem” (sim, existiu um filme com esse título!). Gosto particularmente da sequência do pai da Mella Swando com Fedward Cúllen. E a capa do Elias Silveira também é matadora. 



Na MAD 13 eu estava em minha terceira participação na antológica revista de humor da qual eu era fã desde criança. Na época estava entrando em vigor a reforma ortográfica e o editor Raphael Fernandes teve a ideia fazer piada com isso. Para isso, colocamos o professor Pasquale (devidamente renomeado como Pasquase) explicando a rephorma hortográfica. Uma das mudanças se daria no trânsito, onde os palavrões agora seriam politicamente corretos. FDP, por exemplo, passaria a ser “Faça o dispor de passar”. Os desenhos ficaram a cargo de Juarez Ricci. 


Eu sempre fui muito fã da MAD. Desde que comecei a ler quadrinhos com mais frequência, no início da adolescência e encontrei os sebos, era uma das minhas leituras prediletas. Em 2008 a revista voltou a ser publicada pela editora Panini, após um longo hiato, e eu resolvi entrar em contato com o editor, Raphael Fernandes, me oferecendo para escrever roteiros. O Raphael já conhecia meu trabalho, mas duvidou que eu pudesse escrever humor, já que eu era mais conhecido pelas histórias de terror. E me deu um desafio: fazer uma sátira do Big Brother Brasil. O Raphael é um dos cara mais malucos que já conheci e queria algo igualmente maluco, fora da caixa. Eu propus um Big Brother se passando em uma favela: o Big Barraco Brasil. A história foi bastante elogiada (inclusive por pessoas dentro da editora) e foi minha primeira colaboração para a revista. 

Mad 13
Mad 14. Sátira do filme Crepúsculo.

Matéria sobre como seria o Twetter dos personagens históricos.

Roteiro da sátira No Limite do Senado.
Sátira de Alice no país das Maravilhas, com arte de Roger Cruz (X-men).

Manticore, uma das revistas mais premiadas do quadrinho nacional. Graphic novel em duas partes com texto meu e desenhos de Antonio Eder, Márcio Freire, José Aguiar e Luciano Lagares.


Como ser enganado por um psicopata em Camiño di Rato

Camiño di Rato é uma das mais longevas revistas alternativas brasileiras, editada pelo roteirista Matheus Moura. Eu colaborei desde o primeiro número, com a história “Como ser enganado por um psicopata”, desenhada pelo Antonio Eder. Na história eu conto, em tom humorístico, a vez em que conheci um psicopata social e como eu e outras pessoas foram enganadas por ele. Foi graças a esse caso que comecei a pesquisar sobre o assunto. Antonio Eder sempre me surpreende positivamente. Seu traço consegue deixar qualquer roteiro mais interessante do que o roteirista havia imaginado. 


HQ Caninos Brancos, em parceria com Guilherme Silveira.
O Pavio foi uma revista jornalística que editei no ano de 2007. A proposta era fazer um tipo de jornalismo diferenciado cuja proposta era resumida no slogan: "Informação não precisa ser chata". Atualmente isso já tem até um nome dentro do jornalismo: infotenimento (informação + entretenimento). Todas as matérias tinham toques de humor, fosse no texto, no título ou nas chamadas. Além disso, raramente usávamos fotos, dando preferência a desenhos humorísticos. 
A revista trazia também um encarte, o Tira com fritas, que publicava quadrinhos, crônicas humorísticas etc. 
O primeiro número enfrentou certa rejeição por conta da proposta, mas a partir do número dois começamos a receber propostas de jornalistas já estabelecidos no mercado, que queriam colaborar com a publicação, mas nem sempre enviavam material que se encaixava no que queríamos. Na época eu fiz um texto explicando como escrever para a Pavio. O primeiro item era: "Não se censure. Deixe que o editor censura você". 
Voltada para o público universitário, acabamos fazendo muito sucesso entre os estudantes de ensino médio (os exemplares que meu filho levava para a biblioteca da escola eram disputados a tapa) e no último número já tínhamos anúncios de todas das faculdades do estado. 
Entre os talentos revelados pela Pavio está Ana Girlene Oliveira, hoje um dos nomes mais importantes do radiojornalismo amapaense. 
Infelizmente a revista durou apenas quatro números.

Coletânea internacional lançada pela Devir e o organizada por Roberto de Sousa Causo. Colaboro com o conto Mapinguari.

Coletânea com histórias sobre pessoas com super-poderes organizada por Otávio Cariello e lançada pela Terracota. Colaboro com o conto Intangível.


Livro que analise a obra-prima de Alan Moore e Dave Gibbons do ponto de vista da ciência, publicado pela Marca de Fantasia.


Lançado em 2005 pela editora Marca de Fantasia, Ciência e Quadrinhos faz uma abordagem histórica dos quadrinhos em sua relação com a ciência, desde o início, com as tiras de Buck Rogers e Flash Gordon (que se concentravam em antecipar a evolução da ciência e da tecnologia e previram, entre outras coisas, o forno micro-ondas e o formato dos foguetes espaciais) até os trabalhos mais recentes, que discutiam a questão da ética na ciência, como o Homem-animal, de Grant Morrison. Esse livro se tornou referência para o assunto, citado principalmente em trabalhos acadêmicos sobre uso dos quadrinhos na sala de aula.  


Cultura pop, livro usado na disciplina teorias da comunicação.

Agulha hipodérmica: coletânea de artigos sobre a primeira teoria da comunicação.



Volume 6 da Coleção Fantástica Hiperespaço-Megalon, com uma novela de ficção científica que conta a história de um grupo de juvens revolucionários que sequestra uma astronave e ludibria todo o aparelho repressor do estado totalitário que domina o mundo nesse futuro distópico.




Anjo da Morte é uma "noveleta de fantasia na qual um casal que vive um apaixonado idílio pastoral, transformado num pesadelo sinistro por um estranho andarilho. Uma fantasia tradicional em trajes contemporâneos, com um subtexto maduro e perturbador", diz a Biblioteca Fantástica. Lançado em 2000 pela editora Hiperespaço. 


Em 2007 a editora Minuano resolveu lançar em banca uma coleção de livros juvenis. Eu fiquei encarregado do texto de dois volumes: Robin Hood, o justiceiro da floresta e Ben-hur, o guerreiro libertador. Bem-hur tem origem em um livro escrito por Lew Wallace no século XIX, mas usei como referência o famoso filme da década de 1950, dirigido por Willian Wyller, já que essa versão é a mais conhecida. No prefácio da edição eu explico as razões do sucesso dessa história: “Ben-hur pode parecer à primeira vista apenas uma aventura misturada a uma trama de vingança, mas é muito mais. A história do príncipe judeu é entremeada com a de Jesus, tanto que o filme começa com o nascimento do Messias. É Jesus que dá água para Ben-hur e é graças a ele que o herói renasce espiritualmente. O sentido espiritual da história lhe deu uma grandiosidade que poucas vezes a literatura ou o cinema alcançaram e fez com que seu sucesso se estendesse por tanto e tanto tempo”. A capa foi de Gilvan Lira e as ilustrações internas de Luiz Saidenberg, dois quadrinistas clássicos. 
 
Em 2007 a editora Minuano resolveu lançar em banca uma coleção de livros juvenis. Eu fiquei encarregado do texto de dois volumes: Robin Hood, o justiceiro da floresta e Bem-hur, o guerreiro libertador. Quando me pediu o texto, o editor errou no tamanho do livro (esses pedidos são geralmente feito em número de caracteres) em quase 30%. Ou seja: depois de fechado o livro, era preciso ampliá-lo em um terço. Uma das soluções foi aumentar o capítulo em que Robin se encontra com João Pequeno. Assim, enquanto lutam, eles conversam, inclusive sobre comidas prediletas. Ao final, acabou se tornando um dos meus capítulos prediletos: combinou bem com a personalidade de Robin Hood conversar sobre um tema totalmente diverso da luta durante uma batalha. Ele era o tipo de herói capaz de zombar de uma luta contra alguém muito mais forte. A capa foi de Gilvan Lira e as ilustrações internas de Luiz Saidenberg, dois quadrinistas clássicos. 


Este livro é resultado de uma pesquisa feita com meus alunos de jornalismo sobre os critérios usados pelos jornais locais para escolher as notícias.

A3, revista editada pelo amigo Matheus Moura. Colaboro com a história Zullu, desenhada pelo Will.

 Revista Boca do Inferno, da editora Jupiter II. Colaboro com a história Zumbi, desenhada pelo E. Thomaz.
Família Titã, história desenhada por Joe Bennett com roteiro meu. Publicada em diversas revistas da editora Nova Sampa na década de 1990, chegou a vender mais de 100 mil exemplares e foi um dos trabalhos que abriram a porta do mercado americano para o compadre Joe Bennett. Leia mais sobre essa história aqui.


Livro Roteiro para histórias em quadrinhos, lançado em 2008 pela PopMídia. Está esgotado e deve ser relançado, em uma edição revista e ampliada, pela Marca de Fantasia.

Os gatos

Os gatos foi meu primeiro livro publicado, no ano de 1998, pela editora Módulo. É a história de uma menina cujo gato desaparece e vai procurá-lo e, claro, se envolve em muitas aventuras. As situações nas quais ela se envolve foram pensadas a partir de quadros famosos da história da arte. Entre os artistas homenageados estavam: Klint, Norman Rockwell, Matisse, Leonardo da Vinci, Lautrec, Van Gogh, Escher, Munch, Renoir. A capa mostrava a menina dentro de um quadro de Miró. 




 A hora do crepúsculo, lançada pela Nova Sampa, foi uma das revistas de quadrinho nacional mais emblemáticas da década de 1990. Muita gente me disse que começou a fazer quadrinhos a partir da leitura desse especial, que reunia 3 histórias escritas por mim e desenhadas por Joe Bennett, que na época assinava Bené Nascimento.

Especial Prismarte sobre Conspirações Tupiniquins. Participo com duas histórias, ambas desenhadas por Antonio Eder: uma sobre a morte de PC Farias e outra sobre os ataques de 11 de setembro. 
A série Exploradores do Desconhecido foi criada por mim e pelo desenhista Jean Okada, em 2008 e logo alcançou um grande número de fãs, especialmente entre os apreciadores da ficção científica clássica. Chegou a ser destaque na revista Mundo dos super-heróisPara ler, clique aqui
A Mulher Estupenda, criada pelo cearense JJ Marreiro, é uma homenagem aos personagens da era de ouro dos quadrinhos. Quando vi o traço do JJ, gostei tanto que acabei escrevendo esse pequeno roteiro sobre uma inusitada invasão extraterrestre. 
Revista Space Opera, do amigo Leonardo Santana. Colaboro com esse primeiro número escrevendo um artigo sobre... spaces operas!
Artigo sobre o Mestre do Kung Fu.
A história A inspeção, escrita por mim e desenhada por Bené Nascimento (Joe Bennett) e Pedro Vale foi publicada originalmente na revista Calafrio 47. Essa história surgiu da minha vontade de adaptar uma história de Nicolai Gógol para os quadrinhos. Eu e o Bené já havíamos adaptado a história O nariz na história Phobos, publicada na revista A hora do crepúsculo e dessa vez escolhemos a peça O inspetor Geral. Como seria publicada numa revista de terror, adaptamos a trama sobre um inspetor falso para um manicômio no século 19. Essa história, assim como boa parte das HQs feitas pela dupla Gian-Bené, nunca foi republicada e corria o risco de se perder. Assim, resolvi disponibilizar como scan. Para baixar, clique aqui. Poderá também gostar de:
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