quarta-feira, janeiro 31, 2007

XIII e Aldebaran



Ler álbuns europeus não é uma tarefa fácil, especialmente se forem álbuns inteligentes. Um leitor desatento pode deixar passar muita coisa. Percebi isso quando, depois de um mês, comprei o segundo volume da série XIII. Assim, decidi comprar mais alguns exemplares e ler na sequência, para não perder o fio da meada. Quanto a Aldebaran, só havia chegado um número em Macapá. Quando fui em Belém, comprei na Kaverna do Gibi o número 3 e tive que esperar o número dois para ler o três. Por sorte, o segundo número chegou em Macapá esta semana. Ou seja, esta duas semanas usei boa parte do tempo que tinha lendo HQ européia. Não foi tempo perdido.


XIII é um excelente triller, daqueles que te prendem na cadeira. Algo como um 24 horas de papel... e, como essa série, tinha um defeito: a mania de ficar colocando reviravoltas a todo momento. Isso era algo que incomodava nos primeiros números, mas, a partir da saga Alerta Vermelho máximo, os autores (Jean Van Hamme - roteiro - e William Vance - desenhos) acertaram a mão. Ou seja, precisou três histórias para eles realmente pegarem o ritmo da série e eliminarem todo o excesso. Uma lição para os editores que cancelam séries na segunda ou terceira edição porque ela ainda não deu retorno. Vale lembrar, por exemplo, dos Novos Titãs (de Marv Wolfman e George Peres), que deu prejuízo no primeiro número, mas virou um sucesso estrondoso no sexto número. A partir da saga supra-citada, XIII se transforma numa das melhores sagas que já li.


Aldebaran tinha sido objeto de vários elogios antes neste blog. A história continua boa nos álbuns dois e três, mas perde o pique em vários momentos. O legal na história é justamente nos vermos em um mundo desconhecido e as sequências de enormes diálogos entre os personagens parece não colaborar muito com a trama, mas também não acrescenta muito à carcaterização. Aliás, alguns personagens importantes simplesmente aparecem e desaparecem e nem conhecemos suas motivações. Também a saga dos ditadores de Aldebaran tem um final muito rápido. Havia história ali para pelo menos mais dois álbuns. Mas ainda assim, o roteiro de Leo é instigante e seu desenho é competente.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Nunca vi demorar tanto a chover em Macapá. Até há poucos anos, na época do natal já estava chovendo cântaros. Ano passado começou a chover em janeiro. Este ano, pelo jeito, só vai começar a chover em fevereiro. É o aquecimento global, meninos, o aquecimento global...

sexta-feira, janeiro 26, 2007


Não gosto tanto de Glória Peres como novelista, mas pelo jeito ela se dá bem em minisséries. Amazônia tem permanecido acima da média, com bons personagens, como o Padre e a benzedeira (muito bem interpretada por Regina Casé). Mas o que eu gostei mesmo foi da abertura, um nítido fractal: vemos o que parece ser uma panorâmica de uma floresta, mas quando a cena abre,percebemos que é apenas a casca de uma árvore. Os fractais têm essa característica de auto-semelhança em escalas, ou seja, quando você aproxima, o que forma é equivalente ao desenho maior. Ah, a autora tem um ótimo blog: o AMAZÔNIA, que fala de diversos fatos históricos relacionados ao Acre. Leitura obrigatória.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

O Digestivo Cultural publicou uma ótima resenha sobre o livro A Dança do Universo, de Marcelo Gleiser. Confira.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Tiras da Turma da Mônica retratam a crise dos aeroportos













Por Marcus Ramone (24/01/07)Mauricio de Sousa criou e disponibilizou no site da Turma da Mônica uma série de seis tiras em que seus personagens retratam, com muito humor, a crise pela qual passam os aeroportos brasileiros. Vale a pena conferir e se divertir com as boas sacadas, a maioria das quais protagonizadas pelo Anjinho.
Fonte: Universo HQ

Programação de cinema



CINE SHOPPING MACAPÁ
sala 1: UMA NOITE NO MUSEU às 16:30-19-21:20H
sala 2: A MENINA E O PORQUINHO às 16:40 e DIAMANTE DE SANGUE às 18:50 e 21:25H.

CINE SANTANA
sala 1: ERAGON às 16:30 - 19 - 21:20H
sala 2: POR ÁGUA ABAIXO às 15:30 e 17:10H e O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS às 19 - 21:30H

Comentário: Fomos assistir Por água abaixo. É uma animação inteligente com ótimos bonecos. Soube que era para ter saído como stop motion, mas decidiram fazer em 3D para economizar tempo. Em todo caso, ficou parecendo stop motion. Eu recomendo.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Perdidos em 2006

Quando recebi o convite para participar mais uma vez do especial do Digestivo Cultural sobre os melhores do ano, acabei me vendo numa situação delicada: não conseguia me lembrar de nada realmente importante. Assim, convoquei uma reunião familiar.
Meu filho Alexandre sugeriu o filme do Superman, de Brian Singer.
De fato, foi um bom filme, com algo importante em um filme de super-heróis: tinha equilíbrio entre momentos introspectivos e cenas de ação. Mas talvez a maior contribuição do Brian Singer tenha sido nos levar a procurar nas locadoras o filme antigo.
Para meu prazer, redescobri que o primeiro filme, dirigido pelo Richard Donner, era de fato uma obra-prima. Tinha tudo que um bom filme de super-heróis deveria ter: ficção-científica (resgatando a origem do gênero), ótimas interpretações (Christopher Reeve era perfeitamente heróico como Super-homem e absolutamente paspalho como Clark Kent); ação; introspecção. E, para meu desprazer, redescobri o quanto Richard Lester estragou a franquia, primeira piorando o segundo filme da série, que já tinha sido iniciado por Donner, e finalmente colocando uma pedra de esquecimento sobre o terceiro filme, talvez a maior bomba de todos os tempos. Dentro do gênero, claro.
Mas era para falar dos melhores de 2006 e nós já estávamos discutindo sobre um filme da década de 1970.
Se no cinema não houve nada tão importante (pelo menos que tenha chegado em Macapá), que tal nos quadrinhos?
Aí lembrei dos lançamentos de quadrinho europeu da editora Panini. Uma obra-prima atrás da outra.
A mais inovadora delas é uma HQ escrita e desenhada por um brasileiro, Leo, que se cansou dos editores brasileiros e foi ser astro na Europa. Trata-se de Aldebaran. A história se passa em um planeta distante da terra, composto quase que só de água, cujos habitantes perderam há dezenas de anos contato com a Terra.
Algo começa a acontecer no mar, que ocupa quase toda a superfície do planeta. Animais gigantes começam a fugir da água preferindo morrer na praia a enfrentar um perigo desconhecido. Em alguns pontos a água se transforma numa espécie de gelatina viva capaz de sugar barcos e navios para o fundo do oceano. Os personagens principais, três jovens sobreviventes de uma vila destruída pelo fenômeno, precisam salvar suas vidas e ao mesmo tempo descobrir o que está acontecendo. Nisso se envolvem com cientistas perseguidos pelo Estado, com religiosos déspotas e com um simpático trambiqueiro.
Adelbaran é uma daquelas histórias que nos intrigam a cada página e nos deixam mais e mais curioso a cada quadrinho. Aquilo que, na linguagem dos roteiristas dos quadrinhos, chamamos de ganchos são sutis, ao contrário do quadrinho norte-americano, que costuma apresentar ganchos explícitos. Em uma seqüência, por exemplo, uma cientista é ferida e torna-se necessário amputar sua mão. Quando ela está fazendo o curativo, podemos observar que seus dedos estão renascendo. O leitor atencioso percebe e logo se indaga que mistério é aquele.
É através desses pequenos mistérios que Adelbaran vai se revelando aos leitores num roteiro que poucas vezes vi nos quadrinhos.
E a história é boa não só pelo roteiro, mas também pelo desenho competente de Leo, que consegue ser acadêmico e, ao mesmo tempo, criativo.
Para melhorar, a Panini lançou a história em um álbum relativamente barato (R$ 22,90, com duas histórias) e com ótima qualidade gráfica.
Entre os lançamentos da Panini também merece destaque Blueberry, de Charlier e Moebius. Não se trata exatamente de um debut nas terras tupiniquins. O famoso tenente já havia sido lançado no Brasil pelas editoras Vecchi e Abril, mas nunca com tanta qualidade editorial.
Charlier foi um dos melhores roteiristas europeus de todos os tempos e Blueberry é sua obra máxima. O personagem é um soldado beberrão e jogador inveterado vivendo aventuras em pleno velho oeste.
O roteirista sabe manejar como ninguém os diálogos, colocando-os a serviço de uma boa história (ao contrário de alguns autores mais recentes, como Brian Michael Bendis, que colocam os bons diálogos a serviço apenas de seus egos inflamados).
Nessa edição de estréia, Blueberry está na mesa de jogo. Passa a história toda assim, enquanto ao redor dele acontecem mil e uma coisas e diversos personagens secundários são explorados pelo roteiro. Uma história que se passa numa mesa de jogo pode parecer um pretexto para evitar uma trama bem elaborada, mas é justamente o oposto que ocorre. Mil e uma tramas desfilam pelas páginas e vão convergir para a tal mesa de jogo.
A Panini fez uma ótima opção editorial publicando a história em lombada quadrada e colorida (a Abril lançou a maior parte das história de Blueberry em preto e branco). O traço de Moebius (que na época assinava Giraud) ganha muito valor com a cor bem aplicada. Cada página é um quadro que pode ser observado e deleitado tanto pela bela cor quanto pelo detalhismo do desenho ou pela bela composição. Moebius é considerado o melhor desenhista da escola franco-belga e Charlier o roteirista mais eclético, rivalizando apenas com Goscinny (de Asterix). A união dos dois só poderia ser um delírio para os neurônios.
Mas será que apenas nos quadrinhos houve boas novidades? Voltamos à reunião familiar.
Então alguém veio com uma lembrança realmente importante. Se o cinema não teve grandes novidades, a televisão trouxe uma obra cujos efeitos irão repercutir por décadas: a série Lost.
Antes de mais nada, Lost mostrou que uma idéia ruim pode se tornar genial e só por isso já valia a pena. Uma série de TV sobre sobreviventes de um acidente aéreo tinha tudo para se tornar a coisa mais chata que a telinha já apresentou (sem falar que a trama acabaria no momento em que eles fossem resgatados), mas a idéia de transformar a ilha em uma miscelâneas de mistérios insolúveis salvou tudo.
Lost quebrou vários paradigmas. Entre eles o de que os flash backs não funcionam na televisão. Outro é de esse meio não suporta uma trama complexa.
Lost uniu bom roteiro com direção competente e atuações convincentes, mas o que realmente prendeu os expectadores na cadeira foram os muitos mistérios que deram origem às mais variadas teorias. Tentar descobrir o que está acontecendo na ilha é um belo exercício para os neurônios e me faz lembrar a época em que estava sendo lançado no Brasil a série em quadrinhos V de Vingança. A cada número aumentava a discussão sobre quem de fato era V. Ainda hoje na comunidade da HQ no Orkut esse assunto dá pano para manga.
O único defeito foi o horário em que a Globo apresentou a atração, em plena madrugada, um horário que parece ter sido escolhido para não dar audiência. Mas por outro lado, isso só mostrou o futuro no qual as televisão aberta já não tem tanto poder. Muita gente preferiu assistir em DVD ou baixar os episódios da internet. Como resultado, muita gente já assistiu até mesmo a segunda tempora, que ainda não foi exibida pela Globo.
Lost mostrou o quanto estavam equivocados os críticos dos meios de comunicação de massa que decretaram que a televisão era o meio mais pobre e que jamais poderia apresentar novidades ou obras de maior fôlego. É uma boa razão para olhar para trás e dizer: 2006 valeu a pena.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

O amigo Érico San Juan, grande fanzineiro e quadrinista, lançou seu blog de cartuns. Confira.
Tem dado muita discussão o fato da OAB nacional não ter recomendado nenhum curso de Direito no Amapá. Teve coordenador de curso de uma faculdade que foi para o jornal dizer que no Amapá não se pode cobrar o mesmo nível de qualidade dos outros estados (isso que dá contratar gente de outros estados, que vêm para cá cheios de preconceito e se achando os tais). O que na verdade se deve contestar é: qual o critério adotado pela OAB para essa não recomendação? E mais: como a OAB pode recomendar ou deixar de recomendar sem fazer uma avaliação na própria instituição. Nas duas faculdades em que trabalho, o que tenho ouvido dos coordenadores é que a OAB não passou por lá. Como fizeram essa avaliação então? Na base do olhômetro? Ou do chutômetro?

Teorias da comunicação


Uma ex-aluna deixou um recado pedindo para eu mandar para ela material sobre teorias da comunicação. Aí lembrei que tenho um livro sobre o assunto, disponbilizado gratuitamente na Virtual Books. O endereço é: http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/Teorias_da_Comunicacao.htm .

terça-feira, janeiro 16, 2007

Robin Hood

chegou às bancas de Macapá Robin Hood, a adaptação juvenil que escrevi para a editora Minuano. O livro, ilustrado por Luiz Saidenberg, faz parte da coleção Clássico da Literatura Juvenil (que irá lançar mais dois livros meus, Ben-Hur e Hércules) e custa apenas R$ 4,90.
O texto da contracapa diz:
"Este livro conta as emocionamentes aventuras deste virtuoso herói, na linguagem ágil da adaptação da Gian Danton. Pegue seu arco e sua flecha e venha para o mundo da fantasia de Sherwood viver o romance de humor e aventura desta divertida leitura que encantará toda a família".
Infelizmente o site da editora não disponibilizou a capa do livro ainda e estou sem scanner, de modo que fico devendo para vocês a imagem da capa...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Autora de fanfiction de Harry Potter tem seu primeiro livro publicado

Por Ederli Fortunato15/1/2007

Uma escritora chilena que estreou na internet escrevendo sua versão das aventuras de Harry Potter acaba de lançar seu primeiro livro.
La Septima M (O Sétimo M) foi escrito por Francisca Solar, uma estudante de jornalismo de 23 anos. O livro - que segue uma série de suicídios misteriosos de jovens na cidade fictícia de Puerto Fake - foi lançado na Feira de Livros de Frankfurt pela editora Random House.
A moça fez sucesso na rede com Harry Potter e o Declínio dos Altos Elfos, uma versão de fã para o sexto volume da série criada por Joanne Rowling. Solar decidiu escrever sua versão depois de ficar desapontada com o quinto livro, Harry Potter e a Ordem da Fênix, que gerou controvérsia por mostrar o herói em uma séria crise emocional e dado a explosões de temperamento. A seqüência escrita por Francisca Solar atraiu 80 mil leitores e elogios de vários pontos do mundo. Leia mais

Comentário: eu também já me aventurei no gênero, escrevendo fanfics do Capitão América, do Doutor Estranho e da série de FC Perry Rhodan. Esses trabalhos podem ser encontrados na rede.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Links para alguns de meus livros virtuais



O Homem virgem e outras crônicas
http://virtualbooks.terra.com.br/novalexandria/gian3/gian3.htm

Teatro dos vampiros
http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/Teatro_dos_Vampiros.htm

Amores góticos
http://virtualbooks.terra.com.br/novalexandria/gian8/amores.htm

Monteiro Lobato
http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/didaticos/Monteiro_Lobato_vida_e_obra.htm

Livro de resenhas
http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/Livro_de_Resenhas.htm

O portal das probabilidades http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/infantis/o_portal_das_probabilidades.htm

Manticore
http://virtualbooks.terra.com.br/livros_online/nonaarte/manticore02.pdf

Spaceballs
http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/spaceballs.htm

Como escrever histórias em quadrinhos
http://virtualbooks.terra.com.br/novalexandria/gian6/gian6.htm

Homens impossíveis
http://virtualbooks.terra.com.br/novalexandria/gian5/gian5.htm

Cultura pop
http://virtualbooks.terra.com.br/novalexandria/gian4/gian4.htm

Censura

A Ditadura Militara, que começou envergonhada, tornou-se escancarada com a assinatura do Ato Institucional n. 5. O A1 5 instalou a censura na imprensa e tornou oficial a tortura dos porões. Intelectuais e artista passaram a ser perseguidos. Em 1968, durante uma apresentação da peça Roda Viva, de Chico Buarque e dirigida por José Celso Martinez Corrêa, o espetáculo foi atacado pelo Comando de Caça aos Comunistas que ameaçou de morte os atores.
Com a decretação do A15, Geraldo Vandré, compositor dos versos "Há soldados armados, amados ou não/quase todos perdidos de arma na mão" teve que se esconder na fazenda do escritor Guimarães Rosa antes de sair para o auto-exílio.
Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos, interrogados pelos militares e gentilmente "convidados" a deixar o país.
Raul Seixas e Paulo Coelho foram presos, torturados e extraditados.
Em 1973 a censura vetou a música "Uma vida só (pare de tomar a pílula)" porque o governo militar patrocinava uma campanha nacional de controle de natalidade e o sucesso da música incomodava. No ano seguinte, a censura vetaria a canção "Tortura de amor", de Waldick Soriano, por entender que era uma alusão à repressão. Até os filmes de Kung fu eram proibidos por supostamente conterem conteúdo maoísta.
Todas as classes artísticas, das mais intelectualizadas às populares foram vítimas da censura, mas a primeira forma de expressão a ser perseguida pelos militares foram os quadrinhos.
No início dos anos 1960, os desenhistas e roteiristas tinham apostado todas as suas fichas na dupla Jânio/Jango e haviam perdido.
O contato com o presidente Jânio Quadros começara meio que sem querer. O presidente eleito visitava a redação do jornal O Cruzeiro, pouco antes de sua posse, quando Ziraldo o viu passar perto de sua prancheta e o parou. O desenhista falou da dificuldade que os quadrinistas brasileiros tinham para publicar seus trabalhos e sugeriu que a única maneira de resolver a situação era garantir uma reserva de mercado para artistas brasileiros.
Jânio ouviu atentamente e fez uma anotação numa mesa próxima. Dias depois da posse, o desenhista Oku, funcionário do Ministério da Educação, telefonou para Ziraldo informando que o presidente o encarregara de discutir com os artista a lei de nacionalização das histórias em quadrinhos.
Com a renúncia de Jânio Quadros, os artistas voltaram suas atenções para João Goulart. Leonel Brizola, cunhado de Jango e na época governador do Rio Grande do Sul, incentivou a criação de uma cooperativa de quadrinhos no seu estado.
Em 23 de setembro de 1963, o presidente assinou o decreto-lei 52497, que nacionalizava as histórias em quadrinhos, reservando uma cota de 60% das publicações para material produzido no Brasil.
O decreto-lei, no entanto, dependia de regulamentação e, antes que isso fosse feito, os editores impetraram um mandado de segurança. Em 10 de outubro daquele ano, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Cândido de Mota filho, manifestou-se pela anulação do decreto-lei, alegando que o mesmo visava impedir que as editoras continuassem publicando quadrinhos. O STF só se pronunciou sobre o assunto, favoravelmente aos artistas, dois anos depois, mas aí já era tarde demais.
Em 31 de março de 1964, Jango foi deposto por um levante militar e os desenhistas e roteiristas passaram a ser perseguidos. "Não só Ziraldo como todos os artistas que lutaram pela lei de cotas passaram a ser vistos como suspeitos de comunismo e subversão. Muitos ficaram afastados dos quadrinhos por longos anos e até mudaram de profissão por absoluta falta de trabalho. Outros sobreviveram com dificuldade como colaboradores de pequenas editoras de São Paulo e com colaborações avulsas em livros didáticos e agências de publicidade. Júlio Shimamoto e Flávio Colin, por exemplo, só voltariam a fazer quadrinhos doze anos depois. Nesse meio tempo, sobreviveram na publicidade", conta Gonçalo Júnior no livro A Guerra dos Gibis.
O site da BBC publicou 60 fatos sobre David Bowie em homenagem ao cantor. Algumas curiosidades:

O cantor tocou quase todos os instrumentos do álbum Diamond Dogs, incluindo a famosa guitarra da música Rebel Rebel.

Bowie desenha, pinta, escreve e também é escultor em suas horas livres. Seus artistas prediletos são Tintoretto, John Bellany, Erich Heckel, Picasso e Michael Ray Charles.

Ele foi votado em quarto lugar em uma pesquisa recente do programa da BBC Culture Show, para descobrir qual o maior Ícone Vivo da Grã-Bretanha. Acima de Bowie ficaram David Attenborough, no primeiro lugar, Morrissey, em segundo, e Paul McCartney, em terceiro.

Em seu histórico escolar, Bowie tem apenas uma nota zero, em arte.

Dá ou não dá o que pensar sobre que tipo de escola temos hoje?

Programação de cinema em Macapá

CINE SHOPPING MACAPÁ
estréia hoje, 12, a comédia UMA NOITE NO MUSEU, com sessões às 16:30-19-21:20H e na sala 2 estréia a nova animação da Dreamsworks POR ÁGUA ABAIXO, com sessões às 15:30 e 17:10H e continua em cartaz ERAGON às 19 e 21:15H.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Música de hoje


A Estação
Roberto Carlos

Senti que alguma coisa ia me dizer
No tempo que restava antes de partir
Mas seu silêncio me dizia muito mais
Que todas as palavras que eu pudesse ouvir
No olhar uma tristeza disfarçava
No peito uma saudade antecipada
Então sua mão meu rosto acariciou
E com ternura meus cabelos afagou
E a sua voz se fez ouvir dizendo adeus
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei
Pra não me ver mais triste ainda ela sorriu
Me olhou nos olhos, me beijou, depois saiu
Caminhou com passos calmos e parou
Me acenou mais um adeus, depois seguiu
Lembrei de tudo como era antes
Sem despedida e vidas tão distantes
Parado ainda na estação ela me viu
Me acenou mais uma vez, depois partiu
E a sua mão mais uma vez me acenou
E eu fiquei perdido em pensamentos e recordações
Não sei por quanto tempo ali fiquei
E como pude controlar as emoções também não sei

A inquisição ibérica (envolvendo Portugal e Espanha) foi a mais cruel da Europa. Os inquisidores procuravam hereges, bruxas e judeus que continuassem professando sua fé. Um dos indícios que poderiam levar a pessoa à fogueira por judaismo era tomar banho pelo menos uma vez na semana (geralmente aos sábados). Na época havia quem passasse a vida inteira sem tomar banho e a Igreja Católica desestimulava os banhos, pois a água entrava em contato com locais em que não era pudico tocar...

quarta-feira, janeiro 10, 2007


Leia, de Jorge Luís Borges, Loteria da Babilônia, um intrigante conto sobre as vicissitudes da vida.

As revista da Turma da Mônica passaram para a editora Panini e os primeiros números já foram anunciados. Veja no Omelete a capa de um deles. Deu para perceber que vai haver uma melhoria de qualidade editorial e gráfica. A cor pelo menos está ótima.
Stardust, a ótima obra de fantasia de Neil Gaiman, virou filme e será lançado no Brasil. Saiba mais aqui.

Cemitério maldito


Nesse período comprei nas lojas Americanas (por 9,99) Cemitério Maldito, baseado na obra de Stephen King.
O livro é o que eu mais gostei de ler do King no gênero terror (eu realmente gostei muito de Corredor da morte - adaptado para o cinema como Á espera de um milagre - mas esse não é terror).
Em O cemitério, o autor depura sua técnica horripilante: mostrar pessoas normais em situações absolutamente normais até que você se acostuma com elas, começa a simpatizar com elas. Então o terror se instala em suas vidas. É uma técnica muito mais interessante do que deixar claro, desde o primeiro momento, que se trata de uma história de terror.
Assim, acompanhamos a família Creed se mudando para uma nova casa na beira de uma rodovia. Pitadas de horror aparecem aqui e ali, como quando o fantasma de um estudante morto aparece para avisar o dono da casa de algo terrível, mas fora isso a vida dos Creed parece aconchegantemente normal. Algo como uma coberta quente num dia de frio.
Então o gato de estimação morre e um vizinho o enterra em um cemitério índio, do qual o gato sai como uma espécie de morto-vivo malígno, embora isso não seja nem o começo do horror. O horror, ah, o horror!
Em Belém comprei um livro, Dissecado Stephen King, só com entrevistas com o autor. Numa delas ele diz que o terror é um gênero que tem como objetivo provocar uma catarse da qual saímos purificados. Sabemos que o que está acontecendo nas páginas do livro é algo terrível, mas sabemos também que isso não irá acontecer conosco. Nesse sentido, é quase como uma magia, como aquela história do Neil Gaiman em que um casal ganha de presente um livro escrito sobre eles. No livro, acontecem todas as desgraças possíveis: eles se traem um ao outro, os filhos envolvem-se com drogas e mais algumas delícias... No começo eles ficam ofendidos, mas depois percebem que aquilo tudo está acontecendo nas páginas do livro para que não aconteça com eles, como se o escritor tivesse conjurado uma poderosa magia que transportava para as páginas manuscritas todas as tristezas que poderiam acometer o casal.
O Cemitério é assim. Ao ler no começo nos assustamos, depois pensamos: isso está acontecendo com eles, com essa família, não conosco, e esse pensamento é reconfortador.
Mas falando do filme... bem, é uma verdadeira decepção. Os atores são sofríveis. Dale Midkiff, que interpreta Louis Creed é um daqueles atores que só têm uma expressão facial, geralmente sorrindo. Na verdade, só que convence são as crianças e o velho vizinho, interpretado por Fred Gwynne. E é muito mal dirigido. Fiquei imaginando que filme magnífico daria nas mãos de alguém competente, como M. Nigth Shyamallan.


Compre o livro Cemitério, de Stephen King, no Submarino.
Pessoal,

estive fora do ar alguns dias, mas foi por um bom motivo: estávamos de, digamos assim, férias, na ilha do Marajó. Praias lindas, um livro do Stephen King, e nenhuma preocupação por alguns dias. Mas quando voltamos, milhões de coisas para resolver. Até a geladeira inventou de enguiçar! Assim, vou voltar a blogar aos poucos. Gostaria de comentar alguns filmes que assisti nesse período...

Zé Carioca pode ser criação do brasileiro J. Carlos


Rio, 10 (AE) - Um papagaio que fuma charuto, veste colarinho e usa bengala faz as malas rumo a Hollywood. A legenda informa: "Walt Disney levou o papagaio." O macaco, um dos bichos que observam a cena, comenta: "Esse papagaio vai ser um sucesso de bilheteria; fotogênico, orador e, sobretudo: impróprio para menores..." O desenho de J. Carlos, considerado por muitos o maior cartunista brasileiro, foi capa da revista Careta em outubro de 1941, pouco depois de Disney ter feito um tour pela América do Sul.No ano seguinte, Zé Carioca, o papagaio malandro da Vila Xurupita, surgiria no cinema em "Alô Amigos", ciceroneando o Pato Donald no carnaval do Rio. Em 1944, voltaria às telas, mais uma vez ao lado de Donald, em "Você já Foi à Bahia'" Nos filmes, coincidentemente, o louro fuma charuto, veste colarinho e se apóia em um guarda-chuva. Claro, também usa chapéu de palhinha e gravata borboleta, além de paletó. O contato entre J. Carlos e Disney está documentado e é praticamente consenso entre pesquisadores que, de alguma forma, Zé Carioca foi inspirado pelo artista brasileiro, cujo primeiro nome também é José. Leia mais

Comentário: agora que descobriram isso. Todo mundo que é envolvido com quadrinhos já sabia dessa história há muito tempo...