quarta-feira, janeiro 31, 2007

XIII e Aldebaran



Ler álbuns europeus não é uma tarefa fácil, especialmente se forem álbuns inteligentes. Um leitor desatento pode deixar passar muita coisa. Percebi isso quando, depois de um mês, comprei o segundo volume da série XIII. Assim, decidi comprar mais alguns exemplares e ler na sequência, para não perder o fio da meada. Quanto a Aldebaran, só havia chegado um número em Macapá. Quando fui em Belém, comprei na Kaverna do Gibi o número 3 e tive que esperar o número dois para ler o três. Por sorte, o segundo número chegou em Macapá esta semana. Ou seja, esta duas semanas usei boa parte do tempo que tinha lendo HQ européia. Não foi tempo perdido.


XIII é um excelente triller, daqueles que te prendem na cadeira. Algo como um 24 horas de papel... e, como essa série, tinha um defeito: a mania de ficar colocando reviravoltas a todo momento. Isso era algo que incomodava nos primeiros números, mas, a partir da saga Alerta Vermelho máximo, os autores (Jean Van Hamme - roteiro - e William Vance - desenhos) acertaram a mão. Ou seja, precisou três histórias para eles realmente pegarem o ritmo da série e eliminarem todo o excesso. Uma lição para os editores que cancelam séries na segunda ou terceira edição porque ela ainda não deu retorno. Vale lembrar, por exemplo, dos Novos Titãs (de Marv Wolfman e George Peres), que deu prejuízo no primeiro número, mas virou um sucesso estrondoso no sexto número. A partir da saga supra-citada, XIII se transforma numa das melhores sagas que já li.


Aldebaran tinha sido objeto de vários elogios antes neste blog. A história continua boa nos álbuns dois e três, mas perde o pique em vários momentos. O legal na história é justamente nos vermos em um mundo desconhecido e as sequências de enormes diálogos entre os personagens parece não colaborar muito com a trama, mas também não acrescenta muito à carcaterização. Aliás, alguns personagens importantes simplesmente aparecem e desaparecem e nem conhecemos suas motivações. Também a saga dos ditadores de Aldebaran tem um final muito rápido. Havia história ali para pelo menos mais dois álbuns. Mas ainda assim, o roteiro de Leo é instigante e seu desenho é competente.

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