Hoje fui fazer compras no supermercado Yamada Lagoa e, como sempre, um garoto veio me pedir para reparar o carro. Já dentro do supermercado, ele me abordou e pediu que eu pagasse um pacote de biscoitos. É uma situação complicada. Você fica entre dar e não dar, já que isso pode ser um incentivo. Mas acabei comprando o biscoito para ele. Isso fez com que a caixa puxasse conversa comigo. Ela me disse que esse garoto passa o dia inteiro lá há meses e que agora começou a passar a noite também. O menino, assim como os outros, tem família, mas nem mãe nem pai jamais os procurou lá. Perguntei se o pessoal da Yamada já tinha acionado o conselho tutelar. "Sim", respondeu ela. "Mas não adiantou nada".
Fiquei preocupado com essa falta de ação por parte do conselho tutelar. Essas crianças estão em situação de extremo risco, não estudam, não têm nenhum tipo de assistência. Elas ainda estão numa encruzilhada. De um lado a marginalidade, do outro, os estudos e uma vida decente. O poder público pode ser a diferença entre um e outro caminho. É mais fácil salvar agora uma criança do que punir um adulto amanhã.
Por outro lado, e essas mães e esse pais? Será que eles têm idéia do que estão fazendo aos seus filhos? Um pai ou uma mãe que abandonam os filhos desse jeito não valem o que comem.
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