Durante muitos anos de minha vida, eu não tinha dinheiro para comprar livros. Minha solução foram as bibliotecas e sebos. Tanto que sebo acabou virando uma terapia: se estava chateado ou triste, entrava num sebo. Só aquele ambiente já era suficiente para levantar o meu astral. Uma das coisas que me incomodavam em Macapá era a ausência de sebos. Aí surgiu o sebo do Ramos (na av. Tiradentes), mas o Ramos nunca entrou num sebo e, por isso, comete alguns erros. Por exemplo, é comum encontrar, lá, livros usados por um preço superior ao da livraria.
Ontem descobri que Macapá tem mais um sebo. Chama-se Cantinho Cultural e fica na Eliezer Levy, 1009, Laguinho, duas esquinas antes de chegar na FAB. Achei muito bem organizado, com títulos separados por assunto, com preços justos. Conversei com um dos donos, o Felipe e ele me explicou que a proposta deles é fazer saraus literários regados a vinho e açaí (o local tem uma batedeira de açaí). Na saída, mais uma bela surpresa: ele me disse que não davam sacolas para não contribuir com a degradação do meio-ambiente. É a primeira vez que vejo um comerciante de Macapá se preocupando com a questão ambiental!
O sebo Cantinho Cultural tem tudo para se tornar o novo point da intelectualidade amapaense.
Ps: a título de curiosidade, quando esteve aqui em Macapá, o jornalista Lúcio Flávio Pinto fez questão de me fazer um pedido. Queria ir num sebo. Pelo jeito, existem outros ratos de sebos espalhados pelo Brasil...
1 comentário:
Se fosse possível medir o grau de cultura de uma cidade pela quantidade de sebos (ou, vá lá, livrarias) Macapá City ficaria não muito bem na foto. Mas, de quem seria a culpa? Não ha resposta consensual. Pensando bem, é melhor ninguém sequer fazer a pergunta. Isto posto, a existência de mais um sebo Porcá é pra se comemorar. Se bem que quanto a livros a alternativa da www é imbatível. Já no quesito memorabilia (aqui incluídas todas as mídias) pode-se ter muitas (boas) surpresas. Ainda não fui lá, mas é certp que irei. Andei procurando "Por que não sou cristão", do Bertrand Russell, resvalando algumas preciosidades que Dawkins (Deus, um delírio) e Hitchens (Deus não é grande) deixaram impressas em minhas andanças pelo livre-pensar. Só achei num sebo... de São Paulo. Também achei preciosidades no sebo da Tiradentes. Só espero que ainda esteja reservado, depois de mais de um mês encomendado...
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