domingo, agosto 07, 2011

O enigma Gian Danton

Essa história do pseudônimo e o fato de eu morar longe dos grandes centros sempre provoca confusões. Muita gente já leu meus quadrinhos, mas poucos me viram pessoalmente. Isso inclusive fez com que um psicopata se passasse por mim na década de 1990. Ele apareceu lá no Rio de Janeiro, disse que era eu e deu golpe em um monte de gente. Hoje, com a internet, isso seria um pouco mais difícil, mas a confusão ainda permanece. Assim, quando escrevi o álbum Histórias de Guerra, desenhado pelo mestre Eugenio Colonnese, resolvi brincar com isso na biografia. A editora resolveu não publicar e eu perdi o arquivo. Pelo jeito, alguém salvou o texto e publicou na página do Scrpitonauta, o que me permitiu compartilhar com os leitores:




Gian Danton publicou sua primeira história em 1.989 na revista Calafrio, um conto de terror ambientado na Idade Média em que um cavaleiro luta contra o demônio que aterroriza uma floresta, desenhado por Bené Nascimento, que seria seu parceiro por vários anos. Depois disso, escreveu diversas histórias publicadas nas mais variadas revistas e editoras. Algumas de suas HQs eróticas tiveram o mérito de serem encadernadas por fãs obscuros, que reconheciam as histórias da dupla pela borda negra, um indício do estado psicológico dos artistas enquanto as produziam.
No ano de 1.997 Gian Danton envolveu-se no projeto Manticore, uma revista de ficção científica baseada no mito urbano do chupa-cabra. O resultado final valeu-lhe o Prêmio Ângelo Agostini de melhor roteirista de 1.999, além da revista ter faturado os Prêmios HQ Mix e Associação Brasileira de Arte Fantástica. Entretanto, apesar do sucesso de crítica, a revista não se manteve e foi abandonada no segundo número, justamente o que fechava a saga do extra-terrestre, a idéia era transformar a publicação em uma revista Mix de terror.
Apesar de já ter trabalhado com vários artistas e publicado em diversas editoras, a identidade de Gian Danton ainda é uma incógnita. Bené Nascimento, que agora assina Joe Bennett e trabalha para os EUA, afirma nunca o ter visto pessoalmente. A equipe da revista Manticore, também não o conhece. As orientações para o roteiro eram recolhidas pelo desenhista Antonio Eder em um lixeiro em frente a uma livraria, na rua XV, no centro de Curitiba.
Atualmente Gian Danton colabora com vários artistas que não o conhecem, e o faz utilizando o e-mail, muito mais prático que as latas de lixo. Além de fazer histórias convencionais para editoras como Ópera Graphica, produziu algumas histórias para o site Nona Arte – www.nonaarte.com.br.
Seu comportamento esquivo tem feito com que os historiadores levantem diversas hipóteses. Uma delas reza que Gian Danton seria um idoso veterano da Segunda Guerra Mundial perseguido na época da ditadura militar e que escreve suas histórias ao som de velhas canções italianas da década de 40.
Outra hipótese afirma que seria ele um pacifista perseguido pela CIA que se escondeu no Brasil após ter revelado aos repórteres do Washington Post as informações que dariam origem ao escândalo de Watergate.
A hipótese mais bizarra diz que Gian Danton é apenas um pacato professor universitário em Macapá, Amapá, pai de dois filhos e fanático por livros e quadrinhos.

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