sábado, dezembro 01, 2012

O sucesso da litratura erótica feminina

Projeto gráfico inovador ajudou no sucesso dos livros.
Dia desses entrei no site da Saraiva e me surpreendi: os livros mais vendidos são todos livros eróticos para mulheres, em especial a trilogia 50 tons de cinza e seus similares. O sucesso desses livros tem pegado todo mundo de surpresa, inclusive as próprias mulheres, afinal, durante muitos anos o erotismo esteve sempre voltado para os homens. Eram os homens que assistiam aos filmes eróticos, que liam quadrinhos eróticos. Na editora Grafipar, por exemplo, a revista erótica Rose, com fotos de homens nus, foi criada, no final dos anos 1970 para mulheres e depois se descobriu que era comprada por gays.
Segundo este texto, as mulheres finalmente estão se permitindo fantasiar. 
Por que tanto sucesso?
Uma das razões é que começaram a publicar livros eróticos escritos por mulheres para mulheres, com narrativas que focam no romance contextualizando o sexo. Outra: livros em série, que permitem à mulher acompanhar os personagens como se fosse uma novela. E, finalmente, o projeto gráfico totalmente inovador. Muita gente tem perguntado como as mulheres têm tido coragem de andar com um livro erótico nas mãos. Simples: a capa desses livros não parecem eróticas. Não há pessoas nuas  e, em especial, não há mulheres nuas. Normalmente são super-closes de objetos com grande simbologia.
Um exemplo disso é o livro Falsa Submissão, lançado no Brasil na década de 1990 e que foi um fiasco. Hoje, com o sucesso de 50 tons, foi relançado e virou sucesso. Comparem as duas capas.
Capa da década de 1990: nitidamente erótica e voltada para o público masculino.

Capa atual: o tipo de livro que uma mulher levaria na bolsa.

Um outro fator é que as mulheres têm a tendência de indicar às amigas o que gostam. Ou seja: o sucesso desses livros é puro buzz marketing.
Abaixo a capa de alguns outros livros eróticos de sucesso. Reparem como o projeto gráfico privilegia o público feminino, sem imagens explícitas, mas com closes de objetos simbólicos que evocam tanto fantasias sexuais quanto romance.




1 comentário:

Cortezolli disse...

Gostei do seu texto, não gostei de 50 Tons de Cinza, mas tenho que concordar que o designer gráfico é mais sedutor que o conteúdo. Incrível como a máxima "não julgar o livro pela capa" cai por terra segundo as estatísticas.