Assistimos Superman, o homem de aço, filme de Zack Snyder, com roteiro de David Goyer.
O filme reconta a origem do homem de aço, com ênfase em Kripto, algo que foi pouco mostrado em outras versões do personagem para o cinema. Depois pula para Clark adulto e o restante vai sendo contado através dos flash backs, que, aliás, são os melhores momentos de toda a película, dando ao personagem uma profundidade que ele jamais havia tido na tela grande.
Snyder mostra que nasceu para dirigir filmes baseados em quadrinhos. Sua atuação já havia sido ótima em Watchmen e 300, nos quais ele criou o slow motion que se tornou característico de seu estilo. Em Superman, ele parece se segurar e não usa o recurso, mas mesmo assim acaba imprimindo uma marca própria nos efeitos especiais. As cenas em que o heroi flutua são impressionantes, com destaque para aquela em que ele se entrega para os militares, ou para aquela em que ele se aproxima do general Zod, no final. O efeito dá um ar de divindade para o personagem e lembra muito Miracleman, de Alan Moore.
O aspecto negativo: ação em excesso. O corte poderia ter tirado pelo menos 15 minutos de ação sem perda nenhuma. O excesso acaba se refletindo em algo que muitos têm notado: Metrópoles fica destruída. Além disso, o roteiro de Goyer é muito denso e realista, o que funcionou muito bem com o Batman, mas não se encaixa muito bem para o Homem de aço.
Atenção: spoiler abaixo, leia por conta e risco.
Tanto que quando finalmente vemos Clark no Planeta Diário, a cena destoa do resto, parecendo mais uma piada interna do que algo que faça parte do filme. Faltou uma piscadela do personagem, o que criaria uma clumplicidade do personagem com o expectador e faria uma referência direta à famosa HQ de Alan Moore, "O que aconteceu ao homem de aço?". Mas piadas não têm lugar na película. Nesse sentido, o filme dos Vingadores parece muito mais quadrinhos, parece muito mais autêntico.
Outro ponto que destoa da abordagem realista: do nada, Clark decide virar jornalista e, sem diploma ou mesmo experiência, consegue logo um emprego no principal jornal de Metrópolis.
Como o filme está fazendo muito sucesso, essa deve ser a linha seguida pela DC: filmes densos e pesados, em oposição à Marvel, com seus filmes leves e divertidos.
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