O Fichamento é, na verdade, um instrumento de pesquisa, mas
é comum professores pedirem fichamentos como forma de testar a capa-cidade de
leitura e compreensão do aluno.
Originalmente, como instrumento de pesquisa, as fichas se
dividem em bibliográfica, de citações e de leitura.
FICHA BIBLIOGRÁFICA
A ficha bibliográfica é a primeira a ser feita e constitui a
primeira par-te de uma pesquisa. Nela anotamos todos os documentos (sites,
artigos em revistas, livros, textos em jornais) que possam ter qualquer tipo de
interesse para nosso trabalho.
Ela serve para que, depois, possamos ter uma boa idéia do
tipo de bibliografia com o qual podemos contar e onde se encontram esses documentos.
A estrutura da ficha bibliográfica é a seguinte:
-Tema da pesquisa
- Indicação bibliográfica das obras pesquisadas.
Exemplo de ficha bibliográfica
Cibernética
EPSTEIN,
Isaac. Teoria da informação. São
Paulo: Ática,1986.
EPSTEIN,
Isaac (Org.). Cibernética e comunicação.
São Paulo: Cutrix,1973.
PIGNATARI,
Décio. Informação. Linguagem. Comunicação.
São Paulo:Perspectiva, 1976.
FICHA DE CITAÇÃO
A ficha de citações
serve para anotarmos trechos das obras que pretendemos citar no trabalho. Ela é
muito útil, por exemplo, quando estamos lendo um livro da biblioteca, ou
emprestado por um amigo.
A estrutura da ficha de
citação é a seguinte: tema, bibliografia, citações entre aspas seguidas da
página onde estas se encontram.
EXEMPLO DE FICHA DE CITAÇÃO
Megalópolis
de informação
MCLUHAN,
M.; FIORE, Q. Os meios são as massa-gens.
Rio
de Janeiro:Record, 1969.
“A
cidade do futuro, de circuitos elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de
propriedade imobiliária concentrada pela ferrovia. Ela adquirirá um significado
inteiramente novo sob condições de movimentação extremamente rápida. Será uma
megalópolis de informação. O que resta da configuração das cidades
´anteriores´se parecerá muito com as Feiras Mundiais –lugares onde se exibem
novas tecnologias, não Lugares de trabalho ou de moradia”. (p. 100)
FICHA DE LEITURA
A maioria dos
professores, quando pede o fichamento do um livro, está se referindo a uma
ficha de leitura, ou ficha de resumo. A estrutura dessa ficha é muito mais
completa e pode mudar de autor para autor. Aqui é usada uma estrutura básica,
que inclui: Tema, referência bibliográfica da obra, informações sobre o autor,
resumo, comentários e citações.
O exemplo
abaixo foi feito como instrumento de pesquisa para uma dissertação de mestrado
e inclui comentários sobre a possibilidade de utilização do livro no trabalho.
No caso de um trabalho pedido aos alunos como exercício de leitura, esse tipo
de comentário é dispensável. Aliás, quanto ao comentário, é melhor não tê-lo do
que ter comentários pessoais, do tipo “Não gostei desse livro” ou “Acho esse
livro muito importante”.
Exemplo
de ficha de leitura
Determinismo na ciência
EPSTEIN,
I. Teoria da Informação. São Paulo:
Ática, 1986.
Epstein é uma autoridade na área
de cibernética e teoria da informação. Foi autor de um dos primeiros livros
sobre o assunto publicados no Brasil: Cibernética e Comunicação, de
1971. Doutor em filosofia, é professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação
da Universidade Metodista de São Paulo.
Esse, embora seja um livro de
introdução ao assunto, acabou se tornando uma referência obrigatória para a
Teoria da Informação. Epstein fala de códigos, mensagens, decifração de mensagens
codificadas, redundância e sintaxe. Outros temas: entropia, redundância, fontes
ergódicas e quantificação da informação.
De fundamental importância é o
terceiro capítulo: “O que é informação”. Nesse, Epstein trabalha o conceito de
entropia e explora os conceitos de Demônio de Maxwell e Demônio Laplaciano. O
Demônio Laplaciano é uma entidade imaginada por Laplace para explicar o determinismo
da natureza. De posse de informações sobre todas as partículas do universo,
seria capaz de prever o futuro. O Demônio de Maxwell, ao contrário, trabalha
com a indeterminação e opera utilizando a entropia a seu favor.
“A inteligência suposta por
Laplace seria onisciente, mas impotente para provocar qualquer modificação no
curso dos eventos. Restaria a ela um olhar entediado sobre o porvir, pois nada poderia
ocorrer que não tivesse já previsto” (p. 30-31).
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