Viagens no tempo sempre existiram. Rip van Winkle, de Washington Irving, publicado em 1919, conta a lenda de um homem que dorme na floresta e acorda 20 anos depois. Um conto de Natal, de Dickens, publicado em 1843, conta a história de um homem avaro visitado por três espíritos que o levam ao passado, ao futuro e ao presente. Já Um Yanke na corte do rei Arthur, de 1889, escrito por Mark Twain, mostra as aventuras de um americano que retorna à Idade Média.
Mas as viagens no tempo se tornam um gênero próprio com A máquina do tempo, escrito por HG Wells e publicado em 1895. Até então as viagens eram involuntárias, fruto de acontecimentos fantásticos. Wells trouxe a ciência para a jogada. Seu protagonista não viaja no tempo graças a fantasmas ou seres sobrenaturais, mas com uma máquina construída graças ao progresso técnico.
O escritor britânico também inovou ao introduzir a crítica social e o paradigma evolucionista à trama. Na história, o protagonista viaja até o ano de 802.701 e vê uma Londres decadente, dominada por dois grupos: os Eloi, evoluídos a partir da aristocracia, que se transformam em seres diminutos, frágeis e ocioso e os Murdock, evoluídos a partir das classes trabalhadora, seres monstruosos, canibais, que vivem no subterrâneo.
Ao introduzir a ciência na viagem no tempo e usar o recurso para refletir sobre o mundo em vivemos e como será seu futuro, Wells abriu as portas para diversas outras obras, desde o ingênuo seriado Túnel do Tempo até o complexo filme Os 12 macacos.
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