Santiago, apesar de ser uma cidade latino-americana, é muito diferente da maioria das cidades brasileiras - e mesmo da América Latina. Para começar, é a capital mais segura da região. Mesmo uma população enorme, de 5 milhões de pessoas, parece não ter afetado a criminalidade. Eu andava pelas ruas e via gente mexendo no celular como se estivesse numa cidadezinha de interior. E, apesar da maconha ser liberada, não vi uma única pessoa fumando na rua - algo que vi muito em cidades como São Paulo e Curitiba.
Lojas de maconha são comuns na cidade menos violenta da América Latina. |
No centro há os chamados cafés com pernas, em que os clientes são atendidos por moças em mini saias - daí o nome. Dizem que antigamente esses cafés tinham atração a mais. Em determinado momento todas as garçonetes tiravam a camisa exibindo seus seios - mas esse espetáculo parece ter ficado no passado.
Os prostíbulos são chamados de cafés elegantes - e você poderia facilmente entrar em um por engano, pois parecem realmente cafés.
As bancas de revistas têm poucas revistas jornalísticas. |
Para alguém da área de comunicação o que espanta é a ausência de revistas nas bancas. Não há, por exemplo, revistas como Veja e Istoé. Em compensação, há muitos jornais, inclusive sobre maconha e sobre saúde, além dos jornais especializados em humor político. Para os fãs de quadrinhos uma dica são os álbuns do personagem Condorito - tão popular no Chile que em locais turísticos vendem imãs de geladeiras. É possível comprar os álbuns por valores que vão de 5 a 10 reais.
Palácio de La Moneda |
Há também uma curiosidade: o palácio de governo se chama Casa de La Moneda. Isso porque de fato ela foi construído para ser uma casa da moeda, mas com o tempo acabou sendo apropriada como residência pelos presidentes. Aliás, a construção atual foi totalmente reformada. Quando do golpe militar que levou Pinochet ao poder, o palácio foi duramente bombardeado.
No centro há diversos guias turísticos oferecendo seus serviços. Não caia nessa. Nós contratamos um e o valor é alto (aproximadamente 100 reais por pessoa) e os guias falam pouca coisa que realmente interessa, se contentando com algumas piadinhas. Além disso, o percurso é feito totalmente a pé. Não vale os 100 reais.
Os ônibus panorâmicos da Turistik são uma boa opção para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. |
Para quem está chegando na cidade, uma boa dica é o ônibus da Turistik, que percorre os principais pontos turísticos da cidade. O valor é um pouco maior que o dos guias turísticos e são percorridos muito mais lugares - além da narração gravada que traz informações realmente relevantes sobre os pontos turísticos - inclusive sobre a resistência dos índios Mapuche aos espanhóis (uma dos poucos povos pré-colombianos que botaram terror nos espanhóis). Só não compre o passeio pelo site. Eu comprei e eles não mandaram o volcher. Tive que comprar numa loja da Turistik (há muitas espalhadas pela cidade) e pedir o reembolso.
O shopping Costanera pode ser visto de todas as partes da cidade. |
Ponto turístico obrigatório é o shopping Costanera, um dos prédios mais altos do mundo - que pode ser visto de qualquer ponto da cidade - uma maravilha arquitetônica numa cidade que costuma ter frequentes abalos sísmicos. Aliás, prepare-se: os tremores são frequentes. Nós pegamos um de 6.4. Foi assustador (e divertido) ver a porta do apartamento batendo como se alguém quisesse entrar. Mas os chilenos só se preocupam se for acima de 7.0.
Falando em dinheiro, prepare-se. Embora o real seja muito valorizado com relação ao peso chileno, os preços são altíssimos. Quando fomos cheguei a fazer a conversão de um real para 180 pesos. Parece muito, mas você vai no supermercado e não encontra nada mais barato que mil pesos. Uma garrafa de água de 300 ml custa 800 pesos. Ou seja, quase cinco reais dependendo da conversão. A conversão engana. Uma senhora que foi conosco nos dizia que comprou uma barra de chocolate por um preço baixíssimo. Fui fazer a conversão e descobri que ele pagara quase 10 reais numa barra de chocolate que no Brasil custo no máximo 5 reais.
Muitas empresas mandam fazer casas para cachorros de rua. |
Os cachorros de rua de Santiago parecem cachorros de raça brasileiros. |
Outra boa opção é o passeio para Vina del Mar e Valparaíso. Mas não aconselho ir pela Turistik. Gastamos quase 60% do tempo em Vina del Mar, um local repleto de prédios de luxo nos quais os ricos passam férias. E passamos quase correndo por Valparaíso, uma cidade histórica super-interessante - para ter uma ideia, passamos tão rápido pelo Museu Pablo Neruda que algumas pessoas sequer viram o prédio. Se o seu interesse é por cidades históricas, aconselho ir de ônibus normal e ficar pelo menos um dia inteiro em Valparaíso. Se o seu interesse for tirar fotos para parecer rico, o passeio da Turistik é uma boa.
A troca da Guarda é uma das atrações no Palácio de La Moneda |
A arquitetura de Santiago chama atenção tanto pelos prédios modernos quanto pelos clássicos. |
O funicular é usado para subir ou descer dos cerros (morros) |
Para evitar que as casas históricas fossem pichadas, a prefeitura de Valparaíso incentivou os grafites. Isso transformou a cidade num museu a céu aberto. |
Até mesmo as mercearias de Valparaíso são diferenciadas, com placas vintage. |
Em Vina del Mar, praia e prédios luxuosos. |
Homenagem a Pablo Neruda. |
O teleférico permite ver toda a cidade de Santiago. |
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