Um dos
maiores fenômenos da década de foi o seriado do Batman protagonizado por Adam
West no papel de herói e Burt Ward como Robin.
O
responsável por esse sucesso foi o produtor William Dolzier. Ele nunca havia
lido um gibi e, quando os direitos do personagem vieram cair no seu colo, ele
decidiu que transformaria o seriado em uma comédia. O produtor misturou colocou
no papel principal o desconhecido ator Adam West, que nitidamente estava fora
de forma, com uma barriguinha proeminente. Além disso, colocou clichês dos
seriados de matinês, como o gancho no final do episódio com os heróis prestes a
morrer em alguma arapuca, com a linguagem de quadrinhos e a estética da pop
art. Essa mistura foi bem aceita pela público da época. Na estreia o programa
teve quase 50% da audiência. Depois o seriado seria badalado até pelo famoso
artista Andy Warrol.
O sucesso
foi tanto que os astros da época disputavam a tapa uma oportunidade de aparecer
na série; senão como vilão especialmente convidado ou na janela de um prédio
que a dupla estivesse a escalar. Deram as caras, nesse quadro, grandes nomes da
época como Sammy Davis Jr, Jerry Lewis e, pasme, até Papai Noel.
Esses
convidados ganhavam mais do que os protagonistas. Aliás, todo mundo ganhava
mais que o Robin. Ward, que fazia o garoto prodígio, ganhava menos do que o
mínimo para um ator. Até o dublê que o substituía nas poucas cenas de perigo
recebia mais do que ele.
Os problemas
do pobre Robin não acabavam aí: o estrelismo de West fazia com que ele improvisasse
várias falas, tentando chamar a atenção para si, o que atrapalhava Ward. Além
dia a Liga Católíca pela decência reclamou que o calção deixava proeminente
demais o órgão sexual do parceiro mirim. Não é à toa que a frase predileta do
garoto prodígio fosse “Santa qualquer coisa Batman!”, como: Santo problema,
Batman ou Santa confusão, Batman.
O tom era
mesmo de comédia. Em um dos episódios, Batman tenta se livrar de uma bomba
preste a explodir, mas sempre há algo na frente, seja um casal de namorados, um
grupo de freiras, ou uma família de patos. No final, ele solta a pérola: em
certos dias é difícil se livrar de uma bomba.
Apesar do
grande sucesso, o seriado foi perdendo audiência e chegou a ser odiado pelos fãs. Os
quadrinhos do homem-morcego chegaram até mesmo a ficar mais sombrios na década
de 1970, exatamente para distanciar os gibis dessa série cômica.
Odiado por
muito, adorado por outros, essa série marcou a infância de muita gente.
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