quarta-feira, outubro 09, 2019

Fundo do baú - Batman, a série da década de 1960



Um dos maiores fenômenos da década de foi o seriado do Batman protagonizado por Adam West no papel de herói e Burt Ward como Robin.
O responsável por esse sucesso foi o produtor William Dolzier. Ele nunca havia lido um gibi e, quando os direitos do personagem vieram cair no seu colo, ele decidiu que transformaria o seriado em uma comédia. O produtor misturou colocou no papel principal o desconhecido ator Adam West, que nitidamente estava fora de forma, com uma barriguinha proeminente. Além disso, colocou clichês dos seriados de matinês, como o gancho no final do episódio com os heróis prestes a morrer em alguma arapuca, com a linguagem de quadrinhos e a estética da pop art. Essa mistura foi bem aceita pela público da época. Na estreia o programa teve quase 50% da audiência. Depois o seriado seria badalado até pelo famoso artista Andy Warrol.
O sucesso foi tanto que os astros da época disputavam a tapa uma oportunidade de aparecer na série; senão como vilão especialmente convidado ou na janela de um prédio que a dupla estivesse a escalar. Deram as caras, nesse quadro, grandes nomes da época como Sammy Davis Jr, Jerry Lewis e, pasme, até Papai Noel.
Esses convidados ganhavam mais do que os protagonistas. Aliás, todo mundo ganhava mais que o Robin. Ward, que fazia o garoto prodígio, ganhava menos do que o mínimo para um ator. Até o dublê que o substituía nas poucas cenas de perigo recebia mais do que ele. 
Os problemas do pobre Robin não acabavam aí: o estrelismo de West fazia com que ele improvisasse várias falas, tentando chamar a atenção para si, o que atrapalhava Ward. Além dia a Liga Católíca pela decência reclamou que o calção deixava proeminente demais o órgão sexual do parceiro mirim. Não é à toa que a frase predileta do garoto prodígio fosse “Santa qualquer coisa Batman!”, como: Santo problema, Batman ou Santa confusão, Batman.
O tom era mesmo de comédia. Em um dos episódios, Batman tenta se livrar de uma bomba preste a explodir, mas sempre há algo na frente, seja um casal de namorados, um grupo de freiras, ou uma família de patos. No final, ele solta a pérola: em certos dias é difícil se livrar de uma bomba.
Apesar do grande sucesso, o seriado foi perdendo audiência  e chegou a ser odiado pelos fãs. Os quadrinhos do homem-morcego chegaram até mesmo a ficar mais sombrios na década de 1970, exatamente para distanciar os gibis dessa série cômica.
Odiado por muito, adorado por outros, essa série marcou a infância de muita gente.

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