Entre todos os personagens
surgidos na DC na Era de Ouro, a Mulher Maravilha se destacou tanto que se
tornou popular até hoje, formando, junto com o Superman e Batman, a tríade da
DC.
E não sem razão. Suas histórias
da década de 1940 eram extremamente inventivas e originais, fruto direto da
mente genial de William Moulton Marston. Exemplo disso é a saga conhecida como
Corporação vilania, publicada em Wonder Woman 28, no ano de 1948.
Na história, Maligna, uma
das mulheres saturninas que tentaram invadir a terra consegue não só se
libertar, mas também libertar vários dos vilões da série,como Giganta, Rainha
Cléa, O Homem azul das neves, Zara e Mulher Leopardo, formando a tal Corporação Vilania.
Moulton não só criou a
personagem Mulher Maravilha, mas criou toda uma rica mitologia ligada à ela. Exemplo
disso são os cinturões de Vênus, mecanismos que removem da pessoa todo o desejo
de fazer o mal e a faz obedecer a uma autoridade benigna. Outro é a máquina da
evolução do Dr. Zool, capaz, por exemplo, de transformar uma gorila em mulher
(que irá se tornar Giganta, uma das opositoras da Mulher Maraviha) ou involuir
humanos para macacos (claro que essa é uma visão bastante equivocada da teoria
da evolução, mas ainda assim, criativa).
A primeira coisa que salta
aos olhos é a profusão de cordas e correntes que aparecem na história. Se dois
personagens se encontram, a chance de que um deles saia amarrado é enorme.
Para a Era de Ouro, em que
os roteiros eram geralmente infantilizados, as reviravoltas e subtextos da história
estão muito à frente de seu tempo, assim como as splash pages a cada doze páginas,
que marcam o início dos capítulos da história.
Sobre as reviravoltas, são
muitas: As rebeldes conseguem dominar a ilha da transformação, sequestrar Hipólita,
dominar todas as amazonas, incluindo a própria Mulher Maravilha, mas acabam
sendo derrotadas pelas próprias saturnianas que haviam sido regeneradas pelo
cinturão de Vênus.
Mas Zara, hipnota e Giganta
fogem com o tesouro das amazonas e planejam comprar um submarino para fugir. Para
isso criam um culto ao Deus da Chama, que seduz garotas e forçam a Mulher
Maravilha a roubar um submarino para elas.
A experiência de Moulton
como roteirista de cinema fez com que ele soubesse equilibar bem os elementos e
conseguir fazer com que o leitor pensasse que a heroína estava finalmente
derrotada, até apresentar uma reviravolta no roteiro. E ele faz isso mais de
uma vez na mesma história!
Uma curiosidade é que a
personagem nem de longe parecia tão forte e poderosa quanto é atualmente e seu
laço, além de forçar a pessoa presa a falar a verdade, ainda a obrigava a
obecer a quem o empunhava.
Aqui no Brasil essa
aventura foi publicada na coleção DC 70 anos, da Panini.
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