quarta-feira, fevereiro 19, 2020

Gabriela, de Walcyr Carrasco


Gabriela é um dos romanes mais populares de Jorge Amado e teve duas versões para TV. A primeira na década de 1970 e a segunda em 1992. Essa segunda versãofoi um grande sucesso, especialmente graças ao roteirista Walcyr Carrasco, que conseguia dosar muito bem o humor e o suspense. . 
A produção contava com um grande elenco, entre os quais se destaca José Wilker, como Coronel Jesuíno e seu já famoso bordão “hoje eu vou lhe usar”, que virou meme na internet.
Uma curiosidade é que algumas das melhores tramas não se encontram no livro, como a da garota desonrada pelo noivo que vai parar no Bataclã.
Como nas outras novelas do autor, há várias situações de travestismos, especialmente de homens que precisam sair da casa de suas amantes ou do Bataclã. Pelo Jeito, Walcyr Carrasco é fã de Quanto mais quente melhor, filme de Billy Wilder no qual dois músicos precisam se vestir de mulher para fugir de mafiosos.
A direção de Mauro Mendonça filho, com super-closes e efeitos de iluminação, valorizava o trabalho dos atores.
A maioria das novelas de Carrasco vinha sendo dirigida pelo fraco Jorge Fernando, que mal e mal sabia dirigir humor - uma direção bem básica, no estilo plano-contraplano, sem qualquer trabalho mais elaborado de fotografia. Embora já fosse possível perceber o ótimo texto, nitidamente influenciado por Marcos Rey, dava a impressão de que o autor só sabia traballhar com humor.
Gabriela provou que se trata de um roteirista completo.  

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