sexta-feira, junho 12, 2020

Mais forte que a vingança - o filme que serviu de inspiração para Ken Parker

O faroeste humano influenciou a série Ken Parker.


Mais forte que a vingaça (Jeremiah Johnson no original) não é só uma boa obra cinematográfica, mas um filme que tem uma atração a mais para os fãs de quadrinhos: foi ele que serviu de inspiração para a série de faroeste Ken Parker. Inclusive a fase inicial na revista o personagem é exatamente igual a Robert Redford, como aparece no filme.
A produção reúne nomes de peso: Na direção, Sydney Pollack e no roteiro, Edward Anhalt e John Milius, este último seria o direitor da versão cinematográfica de Conan, em 1982.
Nas primerias histórias de Ken Parker ele era muito parecido visualmente com o protagonista do filme.

Na história, um veterano da guerra entre México e EUA resolve abandonar a sociedade e se internar nas montanhas, transformando-se em um caçador de peles (para quem leu desde os primeiros números, essa era a profissão de Ken Parker no início). No caminho, ele conhece um velho e divertido caçador, que o ensina os segredos da caçada. Depois encontra uma família que foi assassinada e só sobraram a mulher enlouquecida e o filho. Sem alternativa, leva o menino consigo. Ele acaba se casando com uma índia e a nova família fixa residência próximo a um rio. Mas esse idílio irá logo ter um fim: ao ser convocado pelo exército para ser guia de uma expedição que irá salvar colonos, ele acaba passando pelo meio de um cemitério indígena. Como vingança, os nativos exterminam sua família.
O filme passa longe de ser um faroeste clássico. Ao contrário: tem todo o clima de drama humano que ficaria tão famoso em Ken parker. Os índios também não são mostrados como simples vilões unidimensionais, como na maioria dos faroestes. Suas crenças, costumes e variedade de etnias são retratados no filme. E a relação de Jeremiah Johnson com sua esposa índia é mostrada de forma terna e poética.
Ajuda muito no clima do filme a ótima trilha. Há cenas inteiras que são narradas apenas com imagens e músicasvisualmente e musicalmente e são boa parte do charme da produção.
Esse é, portanto, um faroeste da década de 1970, quando muitos dos cânones do gênero foram colocados em xeque e diretores trouxeram uma nova sensibilidade.

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