Um fenômeno que temos visto atualmente são
pessoas com visões completamente distorcidas sobre obras famosas.
Os mais famosos desses são aqueles que leram
Watchmen e concluíram que Rorschach era um herói ali. O próprio Alan Moore se
espantou ao descobrir que havia fãs de Rorschach, um cara misógino, com sérios
problemas mentais, que não toma banho e vive como mendigo.
Mas há muitos outros casos.
Há, por exemplo, aqueles que leram V de
Vingança e entenderam que a mensagem era idolatrar e seguir cegamente políticos
(nós vimos alguns desses invandindo o congresso americano para defender seu ídolo
Trump).
Há outros que leram Cosmos, de Carl Sagan e
concluíram que a terra é plana. Outros leram O macaco nu, de Desmond Morris e
concluíram que vacinas matam.
Essa é uma geração (independente de idade) de
pessoas doutrinadas e lobotizadas por por mensagens de zap zap e vídeos de
teorias da conspiração. Tais canais criaram em larga escala o efeito Dunning-Kruger,
em que a pessoa incompetente é incapaz de perceber a sua própria ignorância. Por
mais que lhes seja ensinado algo, elas não aprendem nada justamente por
acreditarem que já sabem tudo. O mesmo acontece quando elas lêm um quadrinho ou
um livro. Elas são incapazes de apreender a mensagem – e, caso o próprio autor
venha a contradizê-las, é comum dizerem que o autor não etendeu a própria obra,
como aconteceu recentemente com Neil Gaiman.
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