Ameaça a Vênus é o 20º livro da série Perry Rhodan e narra
os acontecimentos posteriores ao encontro de Perry Rhodan com o planeta
Peregrino, que lhe concedeu o dom da imortalidade relativa. Ao voltar à Terra,
Rhodan descobre que, enquanto estava no planeta, o tempo se passou de forma diferente.
O que para eles eram um mês, na terra havia se passado mais de quatro anos.
Nesse período, as outras potências tinham se mobilizado e o planeta estava de
novo às vésperas de um conflito nuclear. Para piorar, o bloco oriental (a forma
como a série chamava a União Soviética), envia centenas de foguetes para Vênus
na tentativa de tomar a base da Terceira Potência lá.
O livro conta a forma como o herói lida com a invasão.
A diferença de tecnologia entre a frota do bloco oriental e
da terceira potência (que conta com tecnologia arcônida) é tão grande que o tom
na maior parte da obra é de humor involuntário.
Ao invés de simplesmente bombardear os invasores, Rhodan
resolve simplesmente passar com a nave no meio do acampamento. Como é explicado
no próprio volume, a nave estava a uma velocidade de 15 km por segundo. A
velocidade é tão grande que o ar não tem tempo de desviar da Stardust III. A
compressão é tão intensa que as moléculas ficam ionizadas e emitem radiação. Ao
mesmo tempo, há uma elevação rápida da temperatura.
Como resultado, o acampamento fica arrasado e os
sobreviventes surdos. Daí vem uma das cenas que mais me chamaram a atenção à
época: para se comunicar com seus subordinados, o Coronel Tomisenkow colocava a
testa contra a testa do outro e falava. Os sons eram transmitidos através da
vibração dos ossos do crânio! Confesso que esse tipo de informação inusitada
era uma das coisas que me faziam apreciar a série.
Voltando à trama, a vida do coronel e dos sobreviventes não
é nada fácil. Enquanto as tropas de Rhodan parecem caminhar tranquilamente por
Vênus, as tropas russas sofrem todo tipo de ataque: lagartos alados (o
pterodátilo que aparece na capa), tempestades monstruosas, formigas, ursos,
aranhas gigantes, tapetes brilhantes que devoram quem se aventura a entrar em
lagos... vênus parece um trem do terror em forma de planeta.
Talvez o escritor Kurt Mahr tenha percebido que pesou muito
na mão e resolveu introduzir um elogio ao coronel russo: “Quase duzentos
quilômetros percorridos a pé na selva de Vênus, e isso com uma pistola
automática”, diz Derringhouse. “Esse homem é de tirar o chapéu”, conclui
Rhodan.
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