A capa de Barry Smith é impressionante. |
Em Conan the barbarian 11,
Roy Thomas e Barry Smith adaptaram uma história original de Robert E. Howard
intitulada Inimigos em casa.
A trama começa com o
cimério na prisão, após matar um sacerdote que o atraiçoara (essa trama
anterior, que no texto de Howard ocupava só um parágrafo, tinha sido
desenvolvida por Thomas para ocupar todo o número 10 da revista.
Enquanto aguarda para ser
executado, o cimério se lembra de como chegara até ali graças à traição da
prostituta Jena, uma personagem que surgira nos primeiros números e que ele já
salvara mais de uma vez. Apaixonada por outro homem, ela o entrega para a
guarda em troca de ouro.
Mas o bárbaro está com
sorte: um nobre chamado Murilo arquiteta sua fuga com a condição de que ele
mate o sacerdote vermelho. O plano é descoberto, mas mesmo assim Conan consegue
fugir e resolve cumprir sua parte no acordo. Aqui mais uma vez a publicação
reflete a filosofia de Howard segundo a qual os homens selvagens são muito mais
honrados que os civilizados.
Conan vingativo: um herói nada convencional. |
Antes de cumprir o acordo,
conan vai até Jena e se vinga dela e do amante. O amante é morto, mas a garota
é jogada do alto de um prédio diretamente num rio. É curioso que essa sequência
tenha passado pela censura do comics code. Ela deixava claro que Conan era um
herói completamente diferente dos outros publicados nos comics. Quem poderia
imaginar o Capitão América numa jornada de vingança?
A tentativa de conan de
cumprir o acordo esbarra num imprevisto: um macaco criado pelo sacerdote
vermelho desde pequeno resolvera tomar o seu lugar e provoca um rastro de morte
por onde passa. E o cimério terá que enfretar essa fera sobrenatural.
A primeira aparição do macaco: uma cena impressionante. |
A primeira aparição do
macaco – vestido como o sacerdote vermelho – é uma amostra perfeita de quanto a
arte de barry Smith poderia ser detalhista e impactante. O tipo de imagem que
tornaria o desenhista famoso. Já Thomas maneja muito bem o texto: “Sob o capuz
escarlate, uma carranca que deveria existir somente em pesadelos ou nas raias
da loucura me fitou! Olhos fulgurantes, narinas fumegantes, presas
amareladas... mãos imensas e disformes”.
O entrosamento entre
desenhista e roteirista, cada vez mais evidente, fazia com que a revista, que
estava em vias de ser canceladas por baixas vendas, galgasse aos poucos o posto
de uma das mais vendidas da Marvel.
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