Em 2005
estreou a série Todo mundo odeia o Chris. Baseada na infância do criador da
série, o comediante Chris Rock, o nome
era uma sátira de um outro seriado conhecido na época, “Todo mundo ama o
Raymond”.
O
protagonista é Chris, um garoto negro, vivendo a transição entre a infância e a
vida adulta no Brooklin, em Nova York. A série se destaca pelo humor ácido,
pelos comentários do narrador (dublado pelo próprio Chris Rock) e pelas
sequências em que ele explica algo, muitas vezes com resultados surreais.
Os personagens são marcantes: a mãe, pobre, mas soberba, que perde
a paciência por qualquer coisa, morre de medo de um dos filhos engravidar uma
garota e acha que xarope cura tudo; o pai sovina, que trabalha em dois empregos
e faz de tudo para economizar; a professora que, sem perceber, é constantemente
racista; o ladrão que invariavelmente rouba Chris (e o chama de “o cara que
mora bem ali”).
Embora more
num bairro negro, Chris estuda numa escola com alunos majoritariamente brancos,
o que invariavelmente leva a situações complicadas. O nome da escola é um das
referências pop do seriado e ótimo exemplo do humor ferino: Corleone é o nome
da família mafiosa do filme O poderoso Chefão. Seu melhor amigo é um nerd,
Greg, com pouca noção de realidade – ele, por exemplo acha que qualquer garota
que interaja com Chris está interessada nele (“Ela está tão na sua, cara!”).
As situações
vividas pelo protagonista e sua família são as mais extravagantes possíveis. Em
um episódio, Chris recebe a tarefa escolar de cuidar de um ovo como se fosse
seu filho, o que faz com que sua mãe use a situação para prevenir que ele traga
de fato uma criança para casa acordando-o durante a madrugada com a alegação de
que o ovo-bebê está chorando. Em outro episódio, o pai Julius compra uma grande
quantidade de linguiça na promoção, o que acaba se tornando um problema, já que
a caçula Tonya se recusa a comer o alimento, para revolta da mãe Rochelle. Ao
contrário dos sitcons convencionais, o protagonista quase sempre acaba se dando
mal.
Ironicamente,
o público amou Chris. A série fez sucesso nos EUA, ganhou prêmios e se ganhou
diversos elogios da crítica. Quando começou a ser exibida no Brasil pela Record
tornou-se uma verdadeira febre, a ponto da emissora usá-la como Coringa: sempre
que precisa aumentar o ibope de determinado horário, coloca Todo mundo odeia o
Chris.
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