Quando vi o Monstro do Pântano de Grant Morrison e Mark Millar resolvi dar uma chance à dupla. O primeiro número dessa fase me soou insuportável: parecia Grant Morrison tentando desconstruir o personagem que tornou famoso seu maior desafeto.
O volume três, no entanto, traz roteiros apenas de Mark Millar, em história fechadas em universos alternativos saídos de um livro escritos por uma roteirista de quadrinhos suicida.
Bem, vamos lá, vamos dar uma chance ao moço, decidi.
Rio acima é bastante irregular. As páginas iniciais, que mostram a roteirista-escritora, são confusas. Parecem Millar imitando Morrison em seus roteiros complexos e só sendo confuso. Esse clima se mantém no primeiro conto, cidade dos mortos, uma trama noir em uma cidade dominada por seres fantásticos.
Crepúsculo dos deuses se sai melhor, com um mundo em que os nazistas ganharam a guerra, oque não é exatamente uma ideia original, mas se mostra interessante até o final abrupto.
Semente ruim se revela um salto de qualidade na série, com uma trama em um mundo paralelo que inverte totalmente a realidade da série. Nessa história, Mark Millar aparenta ter encontrado o ponto correto de terror da série, em especial no final irônico e aterrador ao mesmo tempo.
O segredo do pântano da matança é consequência lógica do estilo definido no conto anterior. Destaque para a sequencia inicial, que conta a história do pântano maldito onde pessoas têm a tendência de matar outras ou se suicidar. Lembra os melhores momentos dos trabalhos de terror de Moore e Gaiman – com um toque Millar. Aí percebe-se que o roteirista finalmente acertou a mão.
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