Qualquer relação dos melhores filmes de Natal irá incluir, obrigatoriamente, A felicidade não se compra, de Frank Capra.
Lançado em 1946, o filme inicialmente não foi um sucesso de
bilheteria, mas foi ganhando popularidade na década de 1950 quando começou a
ser exibido por emissoras de TV norte-americanas na véspera de Natal, tradição
que é seguida por algumas dessas emissoras até os dias atuais.
O filme é protagonizado por George Bailey (James Stewart),
um homem que sempre colocou o interesse dos outros em primeiro lugar. Quando criança,
ele perdeu a audição de um dos ouvidos ao salvar o irmão de se afogar. Mais tarde,
teve de desistir do sonho de ir para a faculdade e rodar o mundo em mil
aventuras para assumir a empresa do pai, que construía casas para pessoas
carentes. Depois, quando o irmão mais novo se formou e deveria assumir a
empresa, ele desiste mais uma vez de cursar a faculdade para permitir que o irmão
assuma um cargo de chefia na fábrica do sogro. Quando se casa com Mary, uma
menina apaixonada por ele desde criança, ele desiste da lua-de-mel ao usar o
dinheiro para tirar a empresa familiar da falência. E, durante toda a trajetória,
é constantemente perseguido pelo Mr. Potter, um homem sovina, que só pensa em dinheiro
e é dono de quase tudo na cidade.
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Até cenas banais, como a da dança sobre a piscina, tornaram-se clássicas. |
Tudo isso é contado em flash back por figuras divinas que
mostram a vida de George para o Anjo Clarence Odbody, um ser ingênuo, mas de
bom coração. A razão disso é que Gerge Baley decidiu se suicidar e o anjo deverá
demovê-lo desse objetivo para ganhar suas asas.
Para conseguir seu intento, Clarence mostra o que
aconteceriam com os cidadãos da cidade caso Gerge Baley não tivesse nascido. E aqui entra
a grande mensagem do filme: até mesmo pessoas comuns, que parecem não ter
grandes realizações, podem ser fundamentais para o mundo.
Frank Capra dirige o filme com inspiração, misturando humor
e drama na medida certa. Até mesmo cenas de pouca relevância narrativa acabam
se tornando clássicas, como aquela em que George e Mary dançam sobre a pista
que se abre sobre uma piscina. O casal está tão empolgado com a dança que
acredita que os gritos de aviso são na verdade de entusiasmo, criando uma sequência
deliciosa.
Uma das razões para o sucesso do filme é a atuação impecável
de James Stewart, que consegue construir um personagem carismático e, ao mesmo
tempo, falível.
Frank Capra foi provavelmente o único diretor a conseguir
traduzir para o cinema o clima dos livros de Natal de Charles Dickens.
Em 2006 A felicidade não se compra foi eleito o filme americano
mais inspirador da história pelo American Film Institute.
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